sábado, 27 abril 2024

Vereador ligado ao MBL relata ataque

O vereador Fernando Holiday (DEM) disse ter sido alvo de um ataque ontem após a aprovação da reforma da previdência dos servidores municipais.

A votação foi marcada por tumulto entre servidores e guardas civis. Os agentes usaram bombas de efeito moral contra manifestantes, que jogaram lixo, pedras e garrafas de vidro contra os guardas e o prédio do Legislativo municipal.

Segundo Holiday, que é favorável à reforma, o ataque ocorreu após a votação, quando ele parou na janela do quinto andar, onde fica seu gabinete, para acenar aos manifestantes que estavam na rua.

“Ouvimos um estilhaço e achamos que era apenas uma pedra, até que um guarda olhou e viu que o buraco não era compatível com uma pedra. Parece que foi um projétil”, afirmou Eric Balbinos, assessor parlamentar de Holiday.

Em rede social, o vereador postou um vídeo em que faz um coração da janela. Na publicação, ele afirma: “a vereadora Sâmia Bomfim [PSOL] disse que eu estava fazendo gestos obscenos na janela para manifestantes na Câmara (um pouco antes de sofrer um ataque de um projétil). Veja um pouco dos meus ‘gestos obscenos’”.

O MBL (Movimento Brasil Livre), do qual o vereador faz parte, afirmou que ele foi alvo de uma “tentativa de assassinato”.

Segundo a Câmara, que irá registrar um boletim de ocorrência por dano ao patrimônio, uma perícia ainda será feita, mas por ora não foi encontrado nenhum objeto no local, nem projétil nem pedra, apenas uma bolinha de gude em uma marquise dois andares abaixo. A Casa afirma, porém, que ainda não é possível saber se a bolinha tem relação com a perfuração no vidro.

Legislativo aprova projeto de Covas; servidores protestam e anunciam greve

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou ontem, em segunda votação, a reforma da previdência dos servidores municipais, uma das principais bandeiras do prefeito Bruno Covas (PSDB) para conter gastos com aposentadorias nos próximos anos.

O texto, que já havia sido aprovado em primeira votação na última sexta, teve 33 votos a favor e 17 contra. Ele precisava de 28 votos para ser aprovado e vai agora para a sanção de Covas.

Em reação à votação, servidores municipais anunciaram greve a partir do dia 4 de fevereiro. A data foi escolhida por coincidir com o início das aulas na rede municipal, disse Sergio Antiqueira, presidente do Sindcep, o sindicato da categoria. Segundo ele, funcionários de todas as áreas da administração vão parar.

“Não adianta fazer greve nas férias”, afirmou. “A prefeitura quer jogar o que eles chamam de problema nas costas dos servidores, em vez de cortar do que é pago aos empresários dos transportes e aos dirigentes de organizações sociais.”

Momentos antes da votação, houve confusão e confronto entre servidores e guardas municipais, e um dos portões de acesso à Câmara foi quebrado.

Os agentes usaram bombas de efeito moral contra manifestantes, que jogaram lixo, pedras e garrafas de vidro contra os guardas e o prédio do Legislativo municipal. Em nota, a assessoria de imprensa da Presidência da Câmara afirmou que a Guarda Civil Municipal apenas reagiu aos manifestantes.

A aprovação da reforma já havia sido tentada por João Doria (PSDB) antes de ele sair do cargo para disputar a eleição ao governo paulista, mas sem sucesso -na ocasião, protestos de milhares de servidores levaram ao adiamento da discussão. Fernando Haddad (PT) também tentou discutir esse tema, mas acabou desistindo em meio à pressão do funcionalismo.

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