Desde que foi descoberta a energia elétrica, a humanidade se revolucionou e todos ficamos muito dependentes dela. Praticamente tudo o que desenvolvemos em nossa vida cotidiana precisa de energia elétrica, e o Brasil sempre liderou o mundo com o uso de energia limpa e renovável, graças à grande capacidade hídrica que possibilitou a criação de muitas usinas hidrelétricas, porém isso tudo mudou.
Desde os anos 1990, com o boom industrial e explosão demográfica urbana em detrimento da rural, houve também a um crescimento exponencial do consumo energético e o país teve de buscar novas formas de geração de energia elétrica para suprir a alta demanda de consumo. Com isso, logo no início do novo milênio, em 2007, o Brasil viveu o seu primeiro risco de ‘apagão’.
Para se evitar que toda a nação ficasse às escuras e houvesse um grande prejuízo à economia nacional, o governo federal àquela época resolveu investir nas usinas termelétricas – mais caras, ineficientes e altamente poluentes.
Como resposta ao contrassenso que foi a escolha das termelétricas, a partir de 2012 começou-se a ganhar corpo e forma a presença da energia fotovoltaica, popularmente conhecida como energia solar.
Mas o que é energia solar ou fotovoltaica?
Para ficar mais simples o entendimento, a energia solar fotovoltaica é a eletricidade gerada diretamente por placas que captam a luz do sol durante o dia e a transformam em energia elétrica por meio do efeito fotovoltaico.
Sua produção é feita em grandes usinas solares ou em micros e miniprojetos instalados pelos próprios consumidores. Com o seu uso crescendo exponencialmente, a fonte caminha para se tornar a principal forma de geração elétrica mundial.
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a energia solar acaba de ultrapassar a marca de 19 gigawatts (GW) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos no Brasil.
De acordo com a entidade, o País possui atualmente mais de 1,8 milhão de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para cerca de 2,4 milhões de unidades consumidoras.
Desde 2012, foram cerca de R$ 97,1 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 570 mil empregos acumulados no período, espalhados em todas as regiões do Brasil, e representam uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 28,1 bilhões.
Para o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, o crescimento da geração própria de energia solar fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros. “Esse avanço também ajuda a baratear a conta de luz de todos os consumidores, os que têm e que não têm sistemas solares. Segundo estudo recente da consultoria especializada Volt Robotics, na próxima década, a geração própria de energia solar deve reduzir a conta de luz no País em cerca de 5,6%”, explica.
“A fonte solar é uma alavanca para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do País, em especial com a oportunidade de uso da tecnologia na habitação de interesse social, como casas populares do programa Minha Casa Minha Vida, bem como em escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias, bibliotecas, museus, parques etc”, acrescenta Sauaia.
Segundo Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, para o Brasil se tornar a potência sustentável que se almeja, é preciso inverter a lógica das políticas energéticas historicamente implementadas no território nacional. “É preciso diminuir subsídios, incentivos e desonerações às fontes fósseis e aumentar o apoio às fontes limpas e renováveis. É nesta direção que o mundo caminha e é isso que a sociedade brasileira e a comunidade internacional esperam de nossos líderes”, aponta.
“O Brasil possui um dos melhores recursos solares do planeta e, com boas políticas públicas, poderemos nos tornar em pouco tempo uma liderança solar internacional”, conclui Koloszuk.
Como funciona?
O sol é um grande emissor de radiação eletromagnética. Seus raios solares atravessam nossa atmosfera e atingem a toda a superfície. Esses raios são fótons, uma subpartícula atômica, que são absorvidos pelas placas solares e liberam elétrons que gera energia – energia elétrica fotovoltaica – em corrente contínua, entretanto, para ser possível de ser utilizada pelos eletrodomésticos, essa eletricidade em forma de corrente contínua passa por inversores que a transforma em corrente alternada, similar a utilizada pelos equipamentos elétricos e eletrônicos domésticos. Os transformadores elevam a energia para média tensão, podendo ser distribuída na rede de transmissão.
Contudo, existem várias maneiras de se produzir a energia fotovoltaica. Uma casa, um comércio, uma grande indústria e até mesmo fazenda podem gerar energia elétrica através dos painéis solares – seja para consumo próprio ou mesmo para a geração de excedente que pode ser comprado pelas companhias distribuidoras de energia, que, como no caso da cidade de Americana, é desempenhado pela CPFL.
Acompanhe a continuidade desta série especial de matérias sobre a energia solar no portal TODODIA na próxima semana.