O presidente americano, Donald Trump, passou o dia das eleições legislativas nos Estados Unidos fazendo uma das coisas pelas quais mais ficou famoso nos últimos dois anos: escrevendo mensagens em uma rede social.
Foram seis tuítes, sendo quatro endossando candidatos -de Nova Jersey, Michigan, Flórida e Illinois-, um estimulando o voto em republicanos e outro com um link contendo os locais de votação em cada estado americano.
A série de mensagens foi o último esforço do presidente para tentar evitar a “onda azul” democrata, com a qual o partido rival tenta retomar o controle da Câmara dos Deputados e do Senado.
Não seria cenário difícil de se concretizar nem surpresa muito grande, considerando que é comum, nas midterms -as eleições de meio mandato presidencial-, o partido do presidente sofrer um revés.
Foi o que aconteceu em 2010 na presidência de Barack Obama, quando republicanos conquistaram a maioria na Câmara dos Deputados -embora os democratas tenham mantido controle do Senado.
Em 2014, no segundo mandato de Obama, os democratas perderam também o comando da outra Casa.
Nesta eleição, os democratas precisam conquistar pelo menos 23 assentos na Câmara dos Deputados para retomar o controle da Casa.
Na prática, isso significaria uma dor de cabeça para o presidente, que poderia ver iniciadas contra si investigações sobre temas espinhosos, como a interferência russa nas eleições de 2016.
Mesmo que não tenham futuro -o Senado deve manter a maioria republicana-, as investigações podem ser um incômodo a mais para Trump, que também pode ser forçado a usar mais ordens executivas para passar temas que considera importantes.
A democrata Hillary Clinton, adversária do republicano nas eleições presidenciais de 2016, compartilhou em suas redes sociais publicações de organizações e coletivos que incentivavam a ida às urnas e conteúdos sobre candidaturas femininas.
Duas semanas antes das eleições, Hillary e outros democratas -entre eles o ex-presidente Obama- receberam pacotes suspeitos de conter artefatos explosivos de um homem identificado como apoiador de Trump. Na época, os democratas usaram o episódio para evidenciar a divisão que há nos EUA, provocada, afirmam, pela retórica inflamada do republicano.
NOTÍCIAS FALSAS
A votação foi relativamente tranquila. Durante o dia, algumas notícias falsas envolvendo o tema foram publicadas no Facebook, que informou que removeu os posts.
Uma delas dizia que agentes do ICE (serviço de Alfândega e Proteção das Fronteiras) estavam patrulhando locais de votação em busca de imigrantes ilegais. O próprio ICE já havia desmentido os rumores. Ontem, a agência afirmou que não patrulhava ou fazia operações de fiscalização em locais de votação.
O Facebook também disse ter removido postagens com datas erradas de votação.
Relatos de máquinas de votação quebradas, filas e tentativas de supressão de votos foram registrados por grupos de direitos civis e pessoas envolvidas nas eleições.
Até o fechamento desta edição, o resultado da eleição não havia sido divulgado.