sexta-feira, 19 abril 2024

Maia defende auxílio de R$ 500 a trabalhadores informais durante crise do coronavírus

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta quinta-feira (26) auxílio de R$ 500 a trabalhadores informais afetados pela crise do coronavírus, valor superior aos R$ 300 que o governo estava disposto a conceder e aos R$ 200 da proposta inicial. 

A declaração foi dada em coletiva antes da votação do projeto que prevê a concessão do benefício como forma de amenizar o impacto da crise do coronavírus sobre a renda desses profissionais. 

“Se nós precisamos garantir o isolamento das famílias nós temos que dar previsibilidade, como tenho falado, e a renda para que essas pessoas passem pelos próximos 30 dias”, defendeu. 

O novo valor do benefício deve ser apresentado pelo deputado Marcelo Aro (PP-MG), relator o projeto de lei que trata do tema. 

Anunciado pelo governo entre as primeiras medidas para minimizar os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre os mais vulneráveis, o programa temporário de transferência de renda para informais, portanto, já sofre mudanças no Congresso. 

Segundo Aro, a maioria dos líderes da Casa apoia a ideia de que o benefício seja, no mínimo, de R$ 500 por mês. 

“Esse valor de R$ 200 [proposto inicialmente pelo governo] é desumano”, afirmou o deputado. Para ele, esse auxílio não seria suficiente para que trabalhadores informais enfrentem a crise do coronavírus, pois, geralmente, não têm poupança para um período tão longo de queda na renda. 

O governo estimou que o benefício temporário representaria um custo de R$ 5 bilhões por mês, durante três meses. Mas o pagamento poderá ser estendido até o fim da crise do novo coronavírus. 

Essa despesa deverá subir para aproximadamente R$ 12,5 bilhões por mês com a elevação do auxílio para R$ 500, segundo o relator. 

Maia também avalia que a proposta que o governo fez é pequena para atender às necessidades da população brasileira. “Eu entendo a posição do governo. O governo ainda trabalha com a questão do impacto fiscal, que, neste momento, não é a questão mais importante.” 

A renda ajudará a arcar com o aluguel de micro e pequenos empresários, que também terão recursos para pagar salários de seus funcionários defendeu o presidente da Câmara. 

“Mas em relação ao que o Brasil precisa investir, garantir à sociedade brasileira, é muito pouco”, afirmou Maia. 

Maia defendeu ainda que se construam mais alternativas para ajudar as empresas a lidarem com a crise. 

“Uma alternativa que está sendo discutida é um empréstimo de longo prazo com uma carência, com o governo sendo garantidor. O governo já garantiu certificados do sistema financeiro de forma justa em 2008”, disse. “Agora está na hora de garantir o salário dos trabalhadores nesse momento de necessidade de isolamento e de paralisia da economia brasileira e mundial.” 

O deputado advertiu ainda que, sem essas soluções, a sociedade vai acabar saindo do isolamento. Ele reconheceu que o ideal seria um valor maior, mas defendeu que se dê um passo de cada vez. 

O texto que será apreciado indica que o auxílio não poderá ser concedido a beneficiário do seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção do Bolsa Família. Também estão excluídos trabalhadores que recebam aposentadoria. 

O auxílio também só seria concedido àqueles que tiverem renda mensal per capita de até meio salário mínimo. A renda familiar não pode superar três salários mínimos. 

O benefício será dado a microempreendedores individuais, contribuintes individuais e trabalhadores informais que estivessem inscritos no Cadastro Único do governo federal até 20 de março. 

Segundo o projeto, até dois membros da família poderão receber o auxílio, que será pago por bancos públicos federais em conta-poupança digital. A instituição financeira poderá abrir automaticamente a conta em nomes dos beneficiários. 

As regras para liberação do auxílio emergencial a trabalhadores informais foram incluídas numa proposta -encampada pelo governo- que altera os critérios para que uma pessoa tenha direito ao BPC (benefício assistencial pago a idosos e deficientes carentes). 

O governo está preocupado com a conta a ser paga pela ampliação do BPC, após o Congresso derrubar um veto do presidente Jair Bolsonaro, e permitir que o BPC pago a famílias com renda de até meio salário mínimo (R$ 522,50 mensais) por integrante. 

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