Americana e Hortolândia têm a maior taxa de pacientes infectados com coronavírus curados da região. Os dois municípios registraram uma taxa aproximada de 77%. Na sequência vem Sumaré, com 76%. Em Santa Bárbara, a taxa é de 48% e em Nova Odessa, de 41%. Em toda a região, até sexta-feira, eram 418 infectados, sendo 301 curados, o equivalente a 72%, e 26 mortes, aproximadamente 6%.
Segundo o médico infectologista Arthur Colussi, coordenador do setor de infecção do Hospital Estadual Sumaré, é difícil analisar e comparar os dados, mesmo sendo de cidades interligadas. Mas ele cita alguns fatores que podem interferir no número de casos curados: Vigilância Epidemiológica, disponibilidade de testes e fases da pandemia.
“As Vigilâncias Epidemiológicas de cada cidade são as responsáveis pelo recebimento das notificações, acompanhamento dos exames, seguimento e fechamento dos casos. Vigilâncias mais ativas/preparadas conseguem finalizar os casos mais rapidamente. Algumas têm maior parceria com os serviços de saúde e conseguem uma maior sensibilização na suspeita, diagnóstico e tratamento da infecção”, explica.
Sobre os testes, Colussi detalha que “quanto maior o número de diagnóstico confirmados, especialmente nas populações de menor risco (mais jovens, sem comorbidades), maior será a proporção de evolução dos casos para cura. Quanto maior a rede particular/convênio a tendência é se fazer mais diagnósticos, pois eles não necessitam seguir as diretrizes da secretaria estadual de saúde (diagnóstico apenas nos casos internados e profissionais da linha de frente)”.
Colussi lembra que algumas cidades, por iniciativa e recursos próprios, aumentaram a testagem. “O contrário, se os serviços de saúde têm baixa suspeição da infecção ou fazem poucos testes, a maior parte dos diagnósticos será dos pacientes internados, os quais normalmente demoram mais para evolução para cura”, explica.
O médico cita ainda fases diferentes da pandemia, que aponta como fator menos provável. “Apesar de próximas, as cidades podem estar passando por estágios diferentes da epidemia, refletindo inclusive a adesão às medidas tomadas por cada uma delas. Por exemplo, podem ter cidades com ampla disseminação na comunidade e outras com apenas pequenos surtos de casos interligados. Enfim, são muitos fatores e realmente existem variações/particularidades em cada município”, comentou.
OS NÚMEROS
Americana tinha até sexta-feira (22) 79 casos positivos, sendo que 61 estão curados. Dos 126 casos em Hortolândia, 97 se curaram. As duas cidades estão na casa dos 77% de cura.
Em Nova Odessa, até sexta-feira (22) eram dez curados de 24 casos (41%). Santa Bárbara d’Oeste teve 20 curados em 41 casos (48%). Em Sumaré, são 113 curados em 148 casos (76%)
Nas maiores cidades da vizinhança da região, Campinas, Limeira e Piracicaba, as prefeituras têm contabilizado os casos recuperados, que já receberam alta, mas ainda estão em tratamento, diferente dos já curados.
Em Campinas, são 1.133 infectados, com 857 recuperados (75%), e 51 mortes (4,5%). Limeira tem 122 infectados, com 101 recuperados (83%) e três mortes (2,5%). Piracicaba tem 392 infectados, com 207 recuperados (53%) e 22 mortes (5,5%).