domingo, 26 maio 2024

Chuvas em Americana aumentam 26% em relação ao ano passado e especialista explica influência de fatores meteorológicos

Além do acumulado de chuva acima da climatologia de 2023, houve mais dias de chuva, inclusive volumosas e generalizadas na região, segundo meteorologista da Unicamp 

Foto: Ilustrativa

A quantidade de chuva que caiu na cidade de Americana nos três primeiros meses deste ano supera em 26,63% os números registrados no mesmo período de 2022. Os dados são do Ciiagro (Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas) e foram fornecidos pela Defesa Civil de Americana.

De janeiro a março de 2022, foram registrados 613,10 milímetros de chuva em Americana. Neste ano, essa marca foi superada, faltando ainda 10 dias para terminar o mês, pois foram registrados 776,4 milímetros de chuva, de janeiro até o dia 21 de março de 2023.
O meteorologista Bruno Bainy, que trabalha na Unicamp dentro do CEPAGRI (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), explicou que a principal diferença se dá no mês de janeiro: tanto para a comparação de 2022 e 2023 em Americana, quanto com relação à média climatológica.
Bainy também detalha que não foi só o acumulado de chuva que em 2023 ficou acima da climatologia e do que em 2022. “Houve mais dias de chuva, inclusive mais eventos de chuva volumosa também”, comentou.
“Em janeiro deste ano tivemos chuvas muito volumosas e generalizadas em toda a região – e, a partir de fevereiro, as chuvas começaram a ficar mais isoladas, com tempestades resultando em volumes elevados, mas de forma não tão bem distribuída”, afirma.
Segundo explica o meteorologista, em 2023, o número de dias de chuva igual ou acima a 1 mm (chuva meteorológica) é maior (mesmo para fevereiro, que o acumulado ficou abaixo da média). “Tivemos mais dias de chuva volumosa (considerei o limiar subjetivo de 20 mm) em 2023 do que em 2022 (não tenho média climatológica pra esse limiar)”.

Explicações meteorológicas

Bruno Bainy relata que em dezembro e janeiro tivemos fatores meteorológicos, como a entrada abundante de umidade nos níveis baixos da atmosfera condições características que favoreciam esse sistema.

Ele comenta que os principais mecanismos meteorológicos que favoreceram o aumento de chuvas foram: A Alta da Bolívia, Zonas de convergências no Atlântico Sul e a formação de Vórtices Ciclônicos em Altos Níveis (VCAN).
“Como a Alta da Bolívia, sistema típico que pode caminhar no centro-oeste brasileiro, no Mato Grosso, do Sul e abranger o estado de São Paulo num todo. Esse sistema tem circulação anti-horária. Tivemos zonas de convergências do Atlântico Sul, um canal de umidade que se formam com chuvas recorrentes e persistentes. Tivemos formações de VCAN, que são Vórtices Ciclônicos em Alto Níveis, sistemas de baixa pressão que têm um núcleo frio que se forma na estratosfera”, detalhou.

Veja os números mês a mês

2022 – 613,10 milímetros (total)
Janeiro (272,5 milímetros)
Fevereiro (144,2 milímetros)
Março (193,4 milímetros)

2023 – 776,4 milímetros (total)

Janeiro (371,2 milímetros)
Fevereiro (175,1 milímetros)

Março (230,1 milímetros – até o dia 21) 

Foto: Ilustração/Rede TODODIA

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também