sábado, 27 julho 2024

Mulher com suspeita da ‘doença da urina preta’ tem quadro estável

Paciente de 31 anos, que pode ter contraído a Síndrome de Haff, permanece no hospital da Unimed

SÍNDROME | A doença é causada por uma toxina encontrada em alguns peixes (Foto: Fabiane de Paula / Divulgação)

Permanece internada em Americana a mulher de 31 anos com suspeita de ter sido acometida pela “doença da urina preta”, a Síndrome de Haff. O hospital Unimed informou ontem que o quadro da paciente era estável.

A prefeitura foi questionada nesta quinta-feira (23) sobre avanços na investigação do caso pela Vigilância Epidemiológica, sobre eventuais contatos da paciente em locais em que a doença foi registrada e se há mais casos suspeitos no município. Informou que “a Vigilância Epidemiológica aguarda orientação da Secretaria Estadual da Saúde sobre as condutas” e que nenhum outro caso suspeito foi identificado.

O Executivo reforçou ainda que “não há ‘locais’ de incidência da doença no município, mesmo porque se trata de um caso isolado, suspeito e em andamento”.

A doença é referenciada também como rabdomiólise, causada por uma toxina encontrada em alguns peixes como tambaqui e crustáceos como lagosta e camarão, quando não são guardados na temperatura correta.

Atualmente, o estado do Amazonas possui 78 casos suspeitos da síndrome. São 63 em investigação e 15 descartados. O estado já passou por dois surtos, um em 2008, com 27 casos, e o segundo em 2015, onde registrou 74 casos. A paciente de Americana não teria histórico de viagens recentes que pudessem indicar a ingestão num dos locais com incidência, que ocorre em ao menos quatro estados do Brasil.

SINTOMAS
Entre os sintomas que a doença causa estão rigidez muscular de forma repentina, dormência no corpo, dores no peito e na cabeça, fadiga e a urina cor de café. Esses sinais podem se manifestar 24 horas após o consumo de peixe cozido, lagostim e outros frutos do mar contaminados.

“É uma doença que foi descoberta em 1924, na Europa. Rara, nada mais é do que uma intoxicação alimentar por uma toxina que não é eliminada pelo calor. Então, o peixe cozido pode transmitir a doença. Não é frequente e não se tem ainda essa toxina identificada”, informa o infectologista Max Igor Banks Ferreira Lopes em reportagem de Sandra Capomaccio para o Jornal da USP. Ele é coordenador do Ambulatório de Doenças Infecciosas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Ele explica ainda que, como a eliminação dessa toxina é feita pelos rins, muitas pessoas podem ter insuficiência renal. Portanto, reforça a importância de se procurar um atendimento médico o quanto antes, para que a toxina possa ser eliminada o mais rapidamente possível.

(Com Agência Brasil) 

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