Ex-reitor da Basílica de Americana, que foi demitido nesta sexta-feira, diz ser vítima de “perseguição” por parte da Diocese de Limeira e que não concorda com decisão da Igreja
Segundo o pároco, sua expulsão da Igreja não seria uma decisão do Vaticano, mas uma posição unilateral do atual bispo Dom José Roberto Fortes Palau, resultado de uma nova denúncia, que classificou como “forjada”.
Pedro Leandro explica que, em 2020, foi absolvido do caso envolvendo os quatro denunciantes pelo qual responde judicialmente.
“Trata-se de um segundo processo canônico que foi aberto. Eu já estou absolvido pela Igreja desde janeiro de 2020. Enxergo como uma manobra para atrapalhar o primeiro processo. Na ocasião, o denunciante que me acusa já tinha 19 anos quando teria acontecido os fatos narrados por ele”, diz.
Pedro Leandro explica ainda que foi aberta uma investigação prévia para apurar esta nova denúncia. Ele foi ouvido, seguindo o itinerário normal de situações como essa, e que, na sequência, deveriam ter sido ouvidas suas testemunhas de defesa, o que não ocorreu.
“Quem está me demitindo não é o Vaticano, é o atual bispo de Limeira. Fui surpreendido com esse resultado. Não tem razão de ser por ser uma investigação prévia. Não tive direito a defesa dessa denúncia feita por um maior de idade e estou recorrendo a isso, junto ao Vaticano”, ressalta.
De acordo com o padre, a perseguição seria motivada por denúncias feitas por ele ao Vaticano envolvendo a Diocese, no entanto o pároco não especificou quais seriam elas, alegando que falará em momento oportuno, já que possui documentos que comprovariam as acusações.
“Eu sempre quis me manifestar, mas por orientação da Igreja tive de ficar esses dois anos em silêncio. Há o resultado de uma auditoria conduzida antes do novo bispo assumir que comprova que não houve nenhum desvio de dinheiro da Basílica de Santo Antônio, como me acusam, mas esse relatório está nas mãos do novo bispo e não é divulgado.”
Pedro Leandro vai recorrer da decisão de afastá-lo definitivamente do ministério sacerdotal. “Estou muito confiante neste recurso porque existe histórico de reversão e principalmente porque não tive defesa dessa acusação. Meu advogado eclesiástico já está trabalhando nisso”, completa.