O DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Americana concluiu no início da tarde de ontem (17) o reparo da adutora que interliga a única estação de captação de água da cidade à estação de tratamento. O rompimento da tubulação, desde a madrugada de quarta-feira (15), deixou praticamente toda a cidade sem água. A expectativa da autarquia é de que o abastecimento seja normalizado aos poucos, até este domingo.
Segundo a assessoria de imprensa do DAE, foram 51 horas de trabalho entre a substituição de tubos e os testes para confirmação de que não haviam mais vazamentos.
A operação foi concentrada na rotatória da Avenida Nicolau João Abdalla, no acesso para a Indústria Suzano. O trabalho foi dificultado pela presença, no local, de tubulações de gás. Ainda não se sabe o que causou o rompimento.
O reparo foi concluído no início da tarde ontem (Foto:Claudio Mariano | Especial para o TodoDia)
Americana capta água bruta no Rio Piracicaba e a trata no bairro Cordenunsi, a cerca de 1,5 km de distância. A adutora que se rompeu é o único “caminho” para essa operação. Sem água para tratar, os 14 reservatórios da cidade foram “secando” durante o conserto. Os bairros mais distantes desses centros de reservação foram os mais afetados pelo desabastecimento.
ALTERNATIVA
Em entrevista coletiva ontem, o prefeito Omar Najar (MDB) afirmou que o incidente reforça a necessidade de construir novos reservatórios.
No ano passado, o DAE autorizou a construção de novas estruturas, nos bairros São Roque, Jardim Brasil, São Luiz e Chácara Letônia.
O investimento previsto é de R$ 8,9 milhões. A empresa que venceu a licitação para executar as obras tem até julho para concluir as intervenções.
“Foi uma coisa muito desagradável, um lugar difícil de mexer. Estamos fazendo (reservatórios) para que a cidade tenha uma reserva maior de água e não dependa só da estação de tratamento. No caso de um imprevisto desses teremos uma capacidade maior de atender a cidade. Até lá, estamos no limite”, disse.
GALÃO EM ALTA E FILA NO POÇO
Com as torneiras “secas”, muitos americanenses se viram obrigados a recorrer às distribuidoras de água mineral. O comerciante Henrique Cavaline França, dono de um depósito no bairro São Domingos, vendeu 20% mais galões do que no mesmo período da semana passada.
“A procura foi muito grande, mesmo. Muita gente dizendo que, por conta do problema, o galão estava mais caro em alguns lugares. A última vez que isso aconteceu foi na greve dos caminhoneiros”, comparou o comerciante.
Muita gente que não podia (ou não queria) pagar pelos galões de 10 ou 20 litros de água buscou algum alívio nos 20 poços artesianos mantidos pelo DAE na cidade.
No Jardim Ipiranga, a reportagem do TODODIA encontrou ontem moradores que esperavam há mais de uma hora na fila do poço para levar um pouco de água para casa.
FILA | Moradores enchem galões no poço do Jd. Ipiranga (Foto: Claudio Mariano | Especial para o TodoDia)
No poço do bairro Jardim Guanabara, houve até bate-boca entre pessoas que estavam na fila por conta do uso da água para a lavagem de galões, além da captação excessiva. O local tem placas informando sobre a restrição no uso da água e o limite máximo de 60 litros por pessoa.
Por Walter Duarte