Solidariedade tem sido um dos “antídotos” para combater a Covid-19 provocada pelo novo coronavírus. Em Americana, um bombeiro tem doado seu equipamento, recursos e sua mão de obra para confeccionar protetor facial para doar a profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate ao vírus.
Ele já fez a doação a profissionais do Hospital Municipal “Dr. Waldemar Tebaldi” e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Pretende contribuir de alguma forma para evitar a disseminação da doença.
A iniciativa partiu do bombeiro Rodrigo Izidoro da Silva. Ele começou a fabricar as peças há três dias. A capacidade é de 10 peças por dia.
Bombeiro Rodrigo Izidoro da Silva
É confeccionada em plástico ABS, resistente, com tela de folha de acetato. A higienização é essencial. O vidro da impressora 3D usada na confecção é higienizado constantemente com álcool e com um produto específico, para evitar contaminação e garantir a qualidade do produto.
Qualquer alteração de temperatura ou até mesmo vento prejudicam a fabricação pela máquina injetora de plástico. E aí tem que começar tudo de novo. O cooler, que resfria a impressora, já queimou duas vezes e o bombeiro fez a troca. Mas nada o desanima.
A ideia surgiu nos grupos de Facebook e WhatsApp formados por proprietários de impressoras 3D, como ele, que trocam experiências. Assim que começou a pandemia, o grupo começou a analisar o que poderia fazer para ajudar.
Com apoio de médicos e técnicos até mesmo de faculdades da região, os internautas optaram pela fabricação dos protetores. O processo é bem delicado. Demora, pelo menos, duas horas para fabricar cada peça, entre injeção do plástico, esfriamento e acabamento.
Assim surgiu o projeto Higia. Médicos fizeram os ajustes no projeto e o Ministério da Saúde liberou o arquivo para produção. Normalmente, esses protetores são encaminhados a um depósito central em Campinas, para distribuição para várias cidades. Mas no caso do bombeiro, distribui em Americana.
“A minha intenção é doar. Não vendo, porque não tem como repassar o dinheiro da venda para todo mundo que está me ajudando. Agora, eu doando essa máscara eu consigo, de certa forma, ajudar a todos, sem estar recebendo nada em troca”, afirmou o bombeiro.
Fabricação dos itens
A intenção é ajudar o próximo. “Quero dar uma segurança maior para os profissionais da linha de frente, que são enfermeiros e médicos, que estão tratando dos doentes, para se protegerem das partículas”, explicou.
Nos dias em que trabalha 24h, quem opera a máquina é a mulher dele. Para ter uma noção, o custo de fabricação de cada peça é de R$ 5, mas, ultimamente, com o crescimento da procura, os materiais têm subido de preço. Há pessoas vendendo protetores a R$ 15 a unidade.
SERVIÇO
O bombeiro utiliza filamento ABS de qualquer cor, folha de acetato tamanho A4, com, no mínimo 40mm de espessura, e elástico de borracha para fabricar os protetores. Interessados em fazer doações podem entrar em contato pelo WhatsApp (19) 98219.0064.