quarta-feira, 11 dezembro 2024
POLÍTICA

Câmara de Limeira barra investimento bilionário do maior Data Center da América Latina

Vereadores votaram contra projeto que permitia a implantação de multinacional na cidade
Por
Henrique Fernandes
Foto: Reprodução/ Câmara de Limeira

Uma multinacional tinha um pré-contrato para instalar o maior data center da América Latina, em Limeira, com investimento de mais de R$ 2 bi numa área de dois milhões de metros quadrados. O prefeito de Limeira Mario Botion (PSD) foi à Câmara Municipal, nesta segunda-feira (15), e pediu a aprovação de um Projeto de Lei Complementar, em regime de urgência, para conseguir fechar o contrato porque a área em negociação é rural e precisaria ser alterada para área urbana pelos parlamentares.

O nome da empresa é mantido em sigilo desde o início das negociações. O projeto foi rejeitado por 12 vereadores contra 8 votos favoráveis. A proposta é a construção de 350 mil metros quadrados de galpão em dois anos e meio, empregando até mil pessoas durante a construção, além do emprego qualificado depois da operação, geração de renda à cidade e impostos pagos ao município.

“Quando nos procuraram, eles já estavam com todos os processos avançados. O pré-contrato e compra e venda já assinado, com datas limites, por isso a nossa necessidade de urgência em aprovar e discutir esse projeto e, eventualmente, aprovar esse projeto”, disse o prefeito. Os vereadores que votaram contra disseram que não sabiam nem o nome da empresa e que “não assinariam um cheque em branco”, criticando a postura do Executivo.

Botion, por sua vez, usou a tribuna para solicitar a aprovação. “Fizeram todos os laudos, as pesquisas dos mananciais da região, levantamento topográfico, disponibilidade e energia foi um dos fatores que trouxe essa empresa. Limeira disputou com 40 municípios do Estado de São Paulo a vinda dessa grande empresa. Fizeram uma avaliação da conectividade que existe na região em termos de fibra-ótica porque é uma empresa que vai montar um data center e precisa dessa disponibilidade”, argumentou durante o discurso.

O prefeito também comentou sobre a posição geográfica da empresa em relação as suas outras unidades aqui no Brasil e a posição geográfica das demais empresas mundiais. E uma das avaliações foi a política de desenvolvimento em relação às alíquotas de impostos. “Se nós não aprovarmos essa mudança de zona rural pra zona urbana e poder ser efetivado o negócio porque a Lei brasileira não permite a venda de terra rural para multinacional. Então, a empresa vai passar para o segundo colocado. Talvez seja um vizinho aqui nosso. Eu não sei. Nós fomos escolhidos”, disse.

Um representante da multinacional procurou a prefeitura e levou todo o trabalho feito. “Prefeito, nós precisamos a mudança de zoneamento”, teria dito ao prefeito. Como o Legislativo de Limeira entrará em recesso parlamentar a partir da próxima semana, o assunto só poderá ser discutido novamente em agosto.

Confira o placar da votação:

Foto: Reprodução/ Câmara de Limeira
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