O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), anunciou ontem um endurecimento das medidas restritivas para diminuir a circulação de pessoas a partir de quinta-feira (18). As medidas terão validade até o fim da fase emergencial do estado.
O município estuda ainda a possibilidade de “lockdown”, mas afirma que tal medida precisaria de adesão regional, o que ainda deve ser discutido pelos prefeitos das cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) na sexta (leia reportagem na página 3).
Com o novo decreto, a ser publicado hoje, todas as atividades comerciais deverão ser interrompidas às 20h. Com isso, supermercados, lojas de conveniência de postos de combustível, padarias e até serviços de drive-thru deverão interromper as atividades. Apenas farmácias poderão continuar abertas. O serviço de delivery poderá funcionar normalmente.
Conforme anúncio feito pela prefeitura, a partir de amanhã haverá toque de recolher a partir das 20h, com abordagens de pessoas nas ruas, questionando os motivos de estarem fora de casa.
Além disso, haverá um endurecimento na fiscalização para combater festas clandestinas e aglomerações particulares. No caso de festas em casas de eventos ou chácaras, segundo a prefeitura, haverá multa de R$ 3,5 mil e os responsáveis serão levados à delegacia onde será elaborado TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) pelo desrespeito às regras sanitárias.
De acordo com o secretário de Justiça, Peter Panutto, comércios que funcionarem fora do horário permitido também terão seus representantes responsabilizados da mesma forma e serão lacrados.
A diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) do município, Andrea Von Zuben, explicou durante a coletiva realizada ontem os motivos das limitações de horário e alertou para os riscos das reuniões particulares.
“O comportamento do vírus é o mesmo sempre, mas o comportamento das pessoas muda muito no período noturno. É um dado técnico e científico, os locais de maior de transmissibilidade são em festas, porque além de aglomeradas, as pessoas estão sem máscara. Além disso, existe o risco das festas familiares com quatro, seis, dez pessoas, porque o período de maior transmissibilidade ocorre até dois dias antes de ter sintomas, então essa pessoa que pode ser muito próxima a você pode trazer o vírus sem saber que tem o vírus”, alertou.
O secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambom, alertou para o fato de que a cidade tem 100 pessoas aguardando por leitos e também fez um apelo sobre encontros particulares.
“Chegará o momento em que nós teremos que fazer escolha, no sentindo de quem vai receber respirador. Por, isso, pedimos: cessem essas reuniões familiares, porque isso tem sido um fato importante do ponto de vista da disseminação”, disse.
APELO
Durante a coletiva, prefeito e equipe fizeram apelos à população para que sigam as medidas restritivas.
“Precisamos conquistar o coração das pessoas para fazê-las entenderem que não é uma doença que você interna e sai. A cada três pessoas internadas em estado grave, duas morrem, sem contar as sequelas, algumas delas ainda não conhecidas. Precisamos convencer as pessoas a não aglomerar e usar máscara. Não é mais aquela doença que pega idoso e grupo de risco, está muito mais contagiosa, cada vez mais grave”, disse.




