quinta-feira, 2 maio 2024

Candidatos veem risco de abstenção maior nas eleições

A exatamente duas semanas das eleições municipais, o cenário de diminuição de casos de Covid-19 mantém a Americana e região na Fase Verde. Mesmo assim, a pandemia ainda deixa muitos eleitores – e os candidatos – apreensivos. Na análise da maioria dos concorrentes à Prefeitura de Americana, a abstenção deverá ser maior nesse ano, o que pode interferir nos resultados.

De acordo com dados da Justiça Eleitoral, nas eleições de 2016 Americana teve abstenção de 18,7% dos eleitores, o que significa que 32 mil pessoas aptas a votar não compareceram às urnas. Já em 2018, a abstenção aumentou para 19,7%, que corresponde a 34 mil eleitores ausentes.

Não existe uma previsão gerada em pesquisa para Americana em 2020, mas um levantamento feito pelo Ibope no município de Campinas apontou que 80% das pessoas declararam que irão comparecer às urnas.

Em 2020, a abstenção poderá ser ainda maior por conta da pandemia, já que, mesmo com as medidas de segurança divulgadas pela Justiça Eleitoral, pessoas do grupo de risco podem ficar receosas em ir às urnas. E nesse ano, justificar a ausência se não estiver na cidade no dia das eleições ficou mais fácil: é possível fazer por meio de um aplicativo de celular, que usará a localização do aparelho do eleitor.

Outro fator importante é que, conforme revelou o TODODIA, um em cada quatro eleitores da cidade tem mais de 60 anos, ou seja, pertence ao grupo de risco para a Covid-19. Além disso, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), entre adolescentes e pessoas com mais de 70 anos, que são as pessoas cujo voto é opcional, existem 19.844 eleitores aptos a votar, o que corresponde a 11% do total.

Diante deste cenário, a maioria dos candidatos a prefeito em Americana afirmou que acredita que a pandemia influenciará na abstenção. O candidato do PSOL, Adriano de Oliveira, foi o único a arriscar um palpite numérico: na avaliação de sua chapa, um terço dos eleitores não irá às urnas.

“Isto é prejudicial à democracia, pois a participação dos eleitores neste período é importante. O PSOL defende a ampliação desta participação”, afirmou o candidato.

Maria Giovana Fortunato (PDT) afirmou que a abstenção “talvez seja maior” por conta da pandemia, mas que espera que os eleitores se motivem diante de propostas para a cidade. “Espero que as pessoas se entusiasmem e tomem a decisão de ir votar pela mudança”, disse.

Talitha De Nadai (PSD) foi na mesma linha. “Estamos confiantes naqueles que acreditam no poder do voto e querem reconstruir Americana junto com as nossas propostas e que irão votar tomando todos os cuidados de saúde”, declarou a candidata.

Ex-vereador e experiente em campanhas, o candidato Major Crivelari (PSL) relatou que a pandemia já tem afetado inclusive a busca por votos, e deve impactar também na abstenção.

“Muita gente está com dificuldade até de nos atender, então supõe-se que haverá uma abstenção maior, em que pese haja um grande interesse da população nas eleições, o sistema de saúde vai barrar muita gente”, afirmou.

Chico Sardelli (PV) foi o candidato mais otimista em relação aos impactos da pandemia na abstenção.

“Acreditamos que, com as precauções que a Justiça Eleitoral vem tomando, se as pessoas cumprirem todo o protocolo necessário não há razão para temer e podem comparecer às urnas em segurança”, disse.

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