sexta-feira, 26 abril 2024

Conselho da RMC cria Câmara Temática para a causa animal

As 20 cidades que compõem a RMC (Região Metropolitana de Campinas) passarão a trabalhar de forma conjunta, a partir deste ano, em ações em defesa dos animais.

Pelo menos é o que prevê o Conselho de Desenvolvimento da RMC (CD-RMC), que acaba de criar uma “Câmara Temática da Causa Animal” no âmbito da entidade.

Com isso, os municípios poderão receber inclusive recursos financeiros, via Conselho, para a execução de projetos comuns para a proteção da população animal e combate aos problemas relacionados ao tema, como maus tratos, abandono, controle populacional, entre outros aspectos.

A criação da Câmara Temática foi aprovada por prefeitos que participaram da primeira reunião ordinária do Conselho da RMC em 2019, realizada na última terça-feira (20), nas dependências da Unicamp, em Campinas.

Agora, as 20 prefeituras da RMC precisam indicar um representante de cada cidade para fazer parte da Câmara Temática. Na sequência, será eleito um presidente.

E após a instalação da Câmara, efetivamente, serão discutidas as demandas da causa animal na RMC.

A expectativa é de que os trabalhos sejam iniciados ainda no mês que vem.

Segundo a Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas), a proposta de criar uma câmara específica para tratar das questões relacionadas aos animais começou a tramitar no âmbito Conselho da RMC no ano passado, quando o prefeito de Nova Odessa, Bill Souza (PSDB), presidia a entidade.

Bill encerrou seu mandato na terça-feira, com a eleição do prefeito de Vinhedo, Jaime Cruz (PSDB), como novo presidente do Conselho da RMC.

Ontem, Bill Souza afirmou que a primeira ação da Câmara Temática deverá ser a realização de um censo animal nas 20 cidades da RMC.

“É preciso saber quantos animais e quais são as estruturas que os municípios têm para atendê-los, para identificar as demandas da região. Depois, a Câmara Temática, composta por técnicos das prefeituras, vai definir as soluções. Os projetos, com os custos, serão encaminhados para o Conselho analisar. Se forem aprovados, serão destinados recursos do orçamento para a execução”, explicou o agora ex-presidente.

“O maior problema, hoje, é não ter conhecimento de quantos animais temos sob os cuidados dos municípios e quanto de recurso é destinado por cada prefeitura. Por isso, é importante fazer o censo animal”, justifica o prefeito de Nova Odessa – cidade que ainda não possui canil municipal, por exemplo.

O atendimento de animais vítimas de maus tratos e abandono é feito por entidades, que recebem subsídio da prefeitura. O total destinado pela Prefeitura de Nova Odessa para a causa animal, segundo o prefeito, é de R$ 225 mil por ano.

“É necessário que a Câmara Temática faça um raio X da situação dos animais na região. É urgente fazer a identificação dos que são atendidos pelos municípios, com chip. Pela proximidade das cidades, um cachorro que nasce em Nova Odessa pode acabar virando um cão abandonado em Americana, por exemplo. Por isso, é importante ter um trabalho regional de identificação, de monitoramento e de combate ao abandono e maus tratos dos animais”, defende o prefeito.

 MAUS TRATOS: SETE CASOS/DIA
Mais de 2,5 mil denúncias de maus tratos a animais foram registradas em 2018 nos 20 municípios integrantes da RMC (Região Metropolitana de Campinas).

Em média, foram contabilizados sete novos casos de violência por dia em que as vítimas são animais.

O total de casos pode ser ainda maior, já que muitos desses crimes não são notificados.

A campeã de notificações é Hortolândia, com mais de 90 registros mensais de maus tratos a animais, segundo o DPBEA (Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal) da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Os casos mais comuns são de abandono e negligência em relação à alimentação e saúde do animal.

 
 

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