A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana desmantelou parte de uma quadrilha que roubava caminhões na região para vender no Paraguai, através do Mato Grosso do Sul. Os dois homens presos usavam um aplicativo que encomendava fretes para praticar os roubos.
A polícia suspeita que estavam envolvidos em pelo menos sete assaltos em Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré. No dia 28 de maio, ocorreu um roubo em Campinas e a suspeita é que a quadrilha também estava envolvida.
O delegado titular da DIG, José Donizeti de Melo, informou que os investigadores chegaram até os acusados porque estes tentaram praticar um roubo no Jardim Alvorada, às 8h40 desta segunda-feira (22). O motorista reagiu, desarmou o assaltante, se apoderou da arma dele e efetuou seis disparos, dos quais três atingiram o desempregado Michel David Pestana, 32.
Integrantes da quadrilha resgataram essa vítima e a levaram até Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi. Assim que a DIG recebeu informação que o baleado deu entrada no hospital da cidade, os policiais deram ordem de prisão e localizaram o segundo envolvido, o ajudante Felipe de Oliveira Marques, 28. A vítima reconheceu os dois presos.
CATIVEIRO
No prosseguimento das diligências, os policiais localizaram uma chácara que era usada como cativeiro, na Rua dos Alpes, no Jardim Thelia, em Americana. Nessa chácara foram apreendidos objetos roubados, além de cerca de 694 gramas de maconha e um litro de lança-perfume.
Em outro endereço, foi preso Felipe Marques, que também participou do roubo, e com ele foi apreendido um revólver com numeração suprimida e o automóvel Gol branco usado tanto no assalto quanto para socorrer o ladrão ferido.
O detido foi conduzido até Cadeia Pública de Sumaré, onde permanecerá à disposição da Justiça. O assaltante baleado está internado na UTI no HM de Americana onde permanece sob escolta policial.
O titular da DIG informou que o grupo era organizado. Mantinham duas chácaras alugadas como cativeiros dos caminhoneiros. A outra chácara ficava no Parque dos Lírios, em Santa Bárbara.
“O cativeiro era bem estruturado”, segundo o delegado. No local havia beliches e treliches, para manter as vítimas em cativeiro, normalmente por dois ou três dias dias, até o caminhão roubado cruzar a divisa do estado. As investigações continuam para descobrir se os donos das chácaras sabiam que eram usadas como cativeiro.
APLICATIVO
O aplicativo Frete Brás era usado como chamariz para os assaltantes. Eles usavam o aplicativo de mensagens para contratar caminhoneiros para fazer fretes. A polícia descobriu que o grupo iria agir na semana passada, mas desistiu de um assalto.
Segundo o delegado, Americana e região têm um polo industrial muito forte e a quadrilha visava os caminhoneiros que descarregavam na região e depois tinham que pegar mais fretes para voltar para seus estados de origem.
Foram apreendidos também 23 mil ependorfs, usados para embalar drogas, diversas peças de roupas e capacetes. Uma moto Honda Titan azul apreendida supostamente era usada para deslocamento até o cativeiro.
FLAGRANTE
Os dois foram autuados em flagrante por roubo e formação de quadrilha. Um dos detidos foi transferido para a Cadeia Pública de Sumaré e outro está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital, sob escolta.
Esta operação foi continuidade de uma operação realizada em três de janeiro deste ano, quando dois homens foram presos em Miranda, no Mato Grosso do Sul, depois de terem roubado um caminhão em Americana.
Desde então, esta quadrilha estava sendo monitorada. Segundo o delegado, o alvo da quadrilha eram os caminhões, que eram revendidos no Paraguai.
