A Prefeitura de Hortolândia conseguiu barrar na Justiça a realização de uma carreata pedindo a reabertura do comércio, que aconteceria na tarde desta sexta (17), partindo da loja Havan. O juiz Milton Gomes Baptista Ribeiro, da 1ª Vara Cível de Hortolândia, concedeu tutela provisória proibindo a realização da “Carreata dos Empresários” e de outras que tenham o mesmo objetivo, enquanto durarem os decretos estadual e municipal de quarentena, vetando aglomerações. A carreata não aconteceu.
A decisão arbitrou multa de R$ 30 mil ao organizador Gil de Souza Lemos, em caso de insistência em “promover reuniões (pessoais ou com uso de veículos) no período de isolamento e multa de R$ 1 mil para cada pessoa que descumprir a ordem judicial e insistir em participar das reuniões (incluindo carreatas)”.
O juiz solicitou à Polícia Militar e à Guarda Municipal que, caso a carreata fosse mantida, informassem os manifestantes sobre a decisão judicial, orientando para que deixassem o local e voltassem para casa, solicitando atenção especial quanto à saúde dos agentes de segurança envolvidos no cumprimento da ordem judicial.
A decisão da Justiça em Hortolândia acontece em meio a manifestações em cidades do interior paulista pedindo a reabertura do comércio. Uma delas está marcada para amanhã, em Americana.
Depois de carreata no dia 28 de março e outra segunda-feira (13), Americana terá a terceira manifestação.
Na primeira ocasião foram registradas carreatas nas outras quatro cidades da região (Hortolândia, Nova Odessa, Santa Bárbara e Sumaré). Na segunda-feira, a carreta foi apenas em Americana.
O governador João Doria (PSDB) ironizou a carreata em Americana na quarta-feira (15). “Uma carreata com duas dúzias de veículos e pessoas gritando não me parece exatamente uma representação majoritária de quem vive em Americana e na Região Metropolitana de Campinas”, disse durante entrevista coletiva.
“Não vejo representatividade que possa ser levada em conta por um grupo tão pequeno, de baixa expressão, que desconsidera a orientação da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde e do Estado. Felizmente a maioria da população, do estado, da região e de Americana têm apoiado o isolamento e atendido nossa recome”, finalizou.
A declaração irritou organizadores da carreata, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Eles juntaram forças com grupos com o mesmo pensamento de Santa Bárbara d’Oeste. A carreata será a partir das 10h, em frente à loja Havan.
O ato é organizado por Antonio Jardas, de Americana, e Felipe Corá, de Santa Bárbara. A ideia surgiu após a fala do governador. “Grande parcela da população americanense foi totalmente desrespeitada por ele. Decidimos fazer algo ainda maior para mostrar que a maior parte da população é favorável à reabertura urgente do comércio”, explica Jardas.
O prefeito Omar Najar (MDB) declarou ontem em entrevista à Rádio Azul que a manifestação é um direito deles. “As pessoas têm todo direito de manifestar. No nosso primeiro decreto, que veio antes do decreto do governador, havia uma flexibilização maior do comércio, mas eu não posso passar por cima do Estado”.
