domingo, 19 maio 2024

Investimento privado cai 57,1% na RMC em 2019

O total de investimentos feitos pela iniciativa privada na RMC (Região Metropolitana de Campinas) caiu 57,1% durante o primeiro trimestre do ano, na comparação com o mesmo período de 2018. 

Entre janeiro e março do ano passado, os investidores injetaram mais de R$ 1,515 bilhão na ampliação dos negócios já instalados e na implantação de novos projetos na área que abrange os 20 municípios da RMC. Em 2019, o montante investido chegou a R$ 644,38 milhões durante os primeiros três meses. 

Os dados integram o relatório de desempenho dos investimentos anunciados no Estado de São Paulo publicado pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). 

Entre janeiro e março deste ano, os investimentos caíram pela metade na região. 

O destaque positivo neste cenário foi para Hortolândia, sede um novo data center para grandes volumes de processamento, desenvolvido pela empresa Odata, com um aporte de R$ 230 milhões. 

Cosmópolis também apresentou um bom desempenho no período graças aos R$ 180 milhões aplicados na expansão na produção de cefalosporinas (antibióticos usados no tratamento de infecções bacterianas) pela empresa ABL (Antibióticos do Brasil). 

Segundo a Seade, o investimento em Americana veio da CPFL Renováveis, com o aporte de R$ 2,2 milhões para a manutenção e revitalização da represa de Salto Grande, que compõe a PCH (Pequena Central Hidrelétrica) sob responsabilidade pela empresa. 

O maior investidor durante o primeiro trimestre de 2018 foi o The Royal Palm Plaza que, em 07 de fevereiro, anunciou um aporte de R$ 850 milhões para a inauguração de centro de convenções para eventos e a construção do Hotel Royal Palm Tower Anhanguera, um empreendimento unindo hotelaria com a facilidade de um shopping center e três torres de escritórios em Campinas. 

Jaguariúna também se destacou no primeiro trimestre do ano passado, com a instalação da fábrica de chips e equipamentos direcionados à internet pela USI/Qualcomm Serviços de Telecomunicações, empresa responsável pelo aporte de R$ 648,24 milhões na implantação da unidade. 

EMPRESÁRIO ESPERA POR REFORMA DA PREVIDÊNCIA 

O diretor da Regional Americana do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Carlos Frederico Faé, demonstra pessimismo frente aos resultados. 

“Em função das dificuldades políticas enfrentadas nas negociações para aprovar a reforma da Previdência e as demais, um novo ciclo de investimento ficou só no papel. A indústria sentiu essa falta de investimento não só em seu setor como também em seus setores clientes. Assim, foi necessário fechar postos de trabalho por falta de vendas, estoques excessivos e mão de obra ociosa”, analisou. 

Para Faé, é urgente a efetivação das reformas propostas pelo Governo Federal, “começando pela da Previdência para garantir estabilidade econômica a longo prazo, depois a tributária, para diminuir nossa carga de impostos e acabar com a guerra fiscal dos estados e, em seguida, reformas como a política”, adiantou. 

Ele prevê que os investimentos sejam retomados apenas depois de um acordo entre o Executivo e o Legislativo, em nível federal. “O empresário espera ter segurança jurídica e estabilidade econômica para ter um ambiente favorável ao empreendedorismo”, declarou. 

EXPORTADORES 

Algumas indústrias dos setores metal mecânico, máquinas e equipamentos e produtos de borracha e de material plástico “se salvaram” neste período de queda dos investimentos, graças às exportações. 

A análise do momento econômico é do diretor regional do Ciesp em Santa Bárbara d’Oeste, o empresário Nivaldo José da Silva. “O fator exportação ajudou muito as grandes empresas e consequentemente sua cadeia de fornecedores, composta por pequenas empresas, foram beneficiadas”, disse. 

De acordo com o empresário, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) esteve, no último dia 11, na sede do Ciesp em São Paulo e apresentou planos econômicos para a retomada da atividade industrial. 

“Nós temos recebido em São Paulo os ministros de todas as áreas e eles têm planos de trabalho a médio prazo muito bem estruturados. Nossa expectativa é de que, após a aprovação da Reforma da Previdência, o mercado comece a reagir positivamente. E sabemos que o governo tem vários pacotes a serem anunciados”, afirmou.  

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