sábado, 22 março 2025

Letalidade da Covid-19 cresce na RMC

Em uma semana, a taxa de letalidade aumentou na RMC (Região Metropolitana de Campinas). Os números são de nota técnica do Observatório PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica). Segundo a nota, Campinas é o principal alvo da pandemia e Indaiatuba é a mais impactada proporcionalmente. Hortolândia teve queda na taxa e Nova Odessa, aumento.

Dos 1.759 casos confirmados de coronavírus na RMC entre os dias 7 e 13 junho, 70 resultaram em mortes. Isto equivale a uma taxa de letalidade de 3,98%, um aumento de 20% em relação aos 3,3% registrados na semana epidemiológica anterior. Na ocasião, foram contabilizados 48 novos óbitos entre as 1.447 pessoas infectadas pela doença.

De acordo com o observatório, Campinas, com 1.078 novos casos e 47 mortes, desponta como o principal alvo da pandemia na região em números absolutos. Proporcionalmente, considerando o tamanho da população local, Indaiatuba é a mais impactada até o momento, com taxa de óbitos de 12,5 para cada 100 mil habitantes.

Anteriormente incluída na lista dos piores municípios com esse indicador (relação de casos e mortes), Hortolândia apresentou queda no período analisado, enquanto Nova Odessa teve comportamento crescente.

Na RMC, Indaiatuba, Campinas e Nova Odessa são, neste momento, os

municípios com as piores taxas de óbito por 100 mil habitantes – 12,5, 10,7 e 10,3,

respectivamente. Estes municípios estão, inclusive, no grupo dos 25% dos municípios

paulistas com maiores taxas de morte a cada 100 mil habitantes.

A nota destaca “a escalada do município de Nova Odessa e a queda em Hortolândia, neste indicador”. Na semana anterior (de 7 a 13), Nova Odessa foi de 46 casos confirmados para 55, além de registrar três mortes, de três para seis.

Encerrada a semana epidemiológica no sábado (13), a região totalizava 6.320 casos e 256 óbitos causados pela Covid-19, aumento de 21,5% e 45,8%, respectivamente, em comparação ao período anterior.

Mais uma vez, os números indicam tendência crescente da curva de contágio.

Com os resultados, o Departamento Regional de Saúde de Campinas, que integra 42 municípios, é o segundo do Estado em novas ocorrências fatais da doença, atrás apenas da Grande São Paulo.

Segundo a nota técnica, ainda não é possível apontar uma relação entre o relaxamento das medidas de isolamento social e o aumento dos casos.

Para o infectologista da PUC-Campinas André Giglio Bueno, os efeitos dos decretos municipais que flexibilizam as restrições de deslocamento, incluindo a reabertura do comércio, devem aparecer.

“Em Campinas, que permitiu o retorno de algumas atividades no dia 8, o crescimento da transmissão deverá ser percebido no prazo de uma ou duas semanas, considerando o tempo entre o início dos primeiros sintomas e sua evolução para quadros mais graves”.

Dada a aceleração no ritmo de crescimento das mortes na região, o economista Paulo Oliveira, coordenador da análise, afirma ser necessária a articulação entre as prefeituras de maneira a controlar a pandemia e garantir um retorno seguro e efetivo das atividades econômicas.

“Mesmo com a liberação das atividades, o índice de isolamento não cai consideravelmente. Isso indica que muita gente pode estar consumindo em estabelecimentos mais próximos de sua residência, que os consumidores ainda estão receosos quanto aos riscos da contaminação, evitando ir até certos pontos comerciais e até mesmo que os efeitos adversos sobre a renda e a elevada incerteza estão freando a retomada do consumo. De todo modo, esses primeiros sinais indicam que a retomada será possivelmente lenta, com desafios consideráveis para o comércio no contexto do novo normal”, reforça.

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