O MP (Ministério Público) em Americana rejeitou uma representação contra o ex-secretário de Governo da gestão Omar Najar (MDB), Juninho Barros, e contra o atual secretário de Assuntos Jurídicos, Alex Niuri, ambos presos temporariamente, em dezembro, durante a operação “Cadeia Alimentar II”, da Polícia Federal – que apura denúncias de corrupção em contratos da merenda escolar em diversas cidades.
A representação contra os secretários, protocolada por Talitha De Nadai, ex-secretária de Ação Social de Americana e irmã do ex-prefeito Diego De Nadai, pediu ao MP a abertura de um procedimento que levasse ao afastamento de Barros e Niuri da prefeitura.
Ambos passaram três dias detidos em dezembro, mas negam qualquer crime. Barros pediu exoneração do cargo após ser solto.
Já Niuri foi mantido no posto pelo prefeito Omar Najar, que considerou insuficientes os indícios contra ele.
Ao indeferir a representação de Talitha, o promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social de Americana, Sérgio Claro Buonamici, afirmou que a peça tinha “visíveis pretensões políticas”.
“Talitha De Nadai, com visível pretensão política (e das menos louváveis), pede ao Ministério Público providências no sentido de instaurar procedimento ou formular recomendação para que dois secretários municipais (cujos nomes nem se atreve citar na representação) sejam afastados dos seus cargos”, diz o despacho do promotor, emitido no final de dezembro, ao qual o TODODIA teve acesso
Buonamici afirma, ainda, que nem a denunciante tem ciência sobre os fatos que levaram a PF a prender Barros e Niuri, já que as investigações correm em sigilo na cidade de Ribeirão Preto.
“Certo que nem a representante, nem este promotor e, talvez, nem o prefeito, saibam ainda as razões da prisão. Talvez, mais a frente, tenhamos alguma certeza do que ocorreu. Neste momento sobra dúvida, que milita em favor dos requeridos, a quem sempre será conferido o direito de defesa e do contraditório”, conclui Buonamici.
O promotor determinou que Talitha fosse notificada, com opção de recorrer do indeferimento da representação.
Mesmo se ela não recorrer, o arquivamento precisa ser homologado pelo CSMP (Conselho Superior do Ministério Público.
A reportagem solicitou, desde sábado, uma manifestação de Talitha De Nadai sobre o parecer do MP, por meio de ligações de aplicativo de mensagens, mas não houve respostas até o fechamento desta edição, ontem à noite.
Por Walter Duarte