São mais de R$ 21 mil em débitos; apenas em dezembro, AAANO teve R$ 51,1 mil em contas a pagar; foco é seguir cuidando de cerca de 500 animais que estão no abrigo da entidade
A AAANO (Associação dos Amigos dos Animais de Nova Odessa) comunicou neste domingo (9) que não tem condições de prosseguir com o atendimento a chamados de socorro a animais e confirmou o fim dessas atividades. O foco agora, segundo a associação, presidida por Thiago Rodrigues, é dar atenção aos animais que já ficam sob os seus cuidados. A AAANO, que atende aproximadamente 500 animais, acumula dívidas.
“A cada 50 mensagens diárias que recebemos, 40 é pedindo ajuda e jogando mais problemas nas nossas costas, mesmo todos sabendo que já estamos superlotados, sem estrutura, sem conseguir pagar as contas e sem equipe suficiente! Nosso objetivo sempre foi atender animais sem condições de sobrevivência nas ruas, oferecendo um local temporário e transitório, para eles se recuperarem e terem atendimento até serem adotados. E nossa capacidade era de até no máximo 200 animais. Mas hoje a realidade é outra: temos quase 500 animais (contando os do abrigo, os que ajudamos nas ruas, de protetores, em lares temporários, etc.)”, informou a associação em uma publicação nas redes sociais.
Conforme detalhou a AAANO, são mais de R$ 21 mil em dívidas. Apenas em dezembro, a associação teve R$ 51.192 em contas a pagar, considerando custos com clínica veterinária, remédios, rações, águam energia elétrica e materiais de construção para reforma.
“Valor esse que não conseguimos pagar, pois tivemos apenas R$ 39.879 em receita (contabilizando que a Prefeitura fez um repasse adicional a todas as entidades cadastradas de R$ 20 mil, excepcionalmente no mês de dezembro), do contrário, a nossa dívida seria muito maior”, destacou.
No mês de dezembro, 56 animais foram resgatados após serem abandonados, sendo sete cães adultos doentes e feridos, 14 filhotes de cães e 35 filhotes de gatos. Desse total, 14 foram adotados.
“Diante deste cenário, a partir de agora a AAANO vai destinar 100% da sua atenção para animais abrigados dentro da entidade, que já precisam muito de nós. Vamos continuar o trabalho de orientação, mas não temos condições financeiras, físicas, psicológicas e de mão-de-obra para socorrer o que ocorre em toda a cidade, e ainda vermos nosso trabalho sendo desvalorizado. Ou damos atenção e destinamos os animais aqui abrigados para lares responsáveis, ou não sairemos desta situação nunca”.