Portadores de necessidades especiais têm direito a atendimento especializado; mãe afirma que filha está sem acompanhamento e ela ainda não consegue escrever o próprio nome
Alunos atendidos pela educação especial na rede municipal de ensino de Nova Odessa estariam sofrendo com a falta de acompanhamento especializado durante as aulas em escolas da cidade. A denúncia foi feita por pais dos estudantes.
Conforme determinado por lei federal, portadores de necessidades especiais têm direito a atendimento especializado, preferencialmente na rede regular.
Mãe de uma aluna do 3º ano do ensino fundamental, Mariana de Fátima Luciano afirma que a filha não possui acompanhamento e ainda não é capaz de escrever o próprio nome.
“Quando chega na escola regular, não tem professores preparados, não tem estagiárias, nem cuidadoras, que é um direito da criança especial. Se minha filha tem direito, eu quero. Quero alguém para acompanhar ela em todas as dificuldades que ela tem”, diz a mãe, em um publicação em redes sociais. “Como uma professora com 30 alunos em sala de aula vai dar conta de todos e mais a minha filha, que precisa de atividades adaptadas e uma atenção diferenciada, sem a ajuda de uma estagiária?”, continua.
O caso acabou chegando até presidente da Comissão de Educação da Câmara de Nova Odessa, o vereador Levi Tosta (DEM), que protocolou um requerimento em que questiona o Executivo sobre a situação do acompanhamento especializado na cidade.
“Esse acompanhamento, que muitas vezes é feito por estagiários de Pedagogia, é essencial para que a educação seja realmente inclusiva. De acordo com as informações recebidas, temos crianças na fila de espera aguardando o atendimento, pois não há estagiários de Pedagogia para o acompanhamento desses alunos e não haveria previsão para a solução do problema”, diz o vereador.
Segundo a Secretaria de Educação de Nova Odessa, cerca de 2% dos 5,6 mil alunos nas escolas da rede municipal possuem deficiências ou TEAs (Transtornos do Espectro Autista), o que representa aproximadamente 220 estudantes.
Atualmente 31 estagiários acompanham as crianças, cerca de um profissional de apoio para cada sete crianças.
A pasta afirma que 18 novos estagiários que atuaram na educação especial estão em fase final de contratação por meio do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola).
“Dispomos de 16 salas de AEE (Atendimento Educacional Especializado), sendo oito salas de aula fixas e oito itinerantes, que vão até as escolas para atender essas necessidades pontualmente. Temos um grande número profissionais formados e capacitados para fazer este trabalho, mas utilizamos 16 deles nestas salas de AEE, que atuam não apenas junto aos alunos, mas também junto às suas famílias.”, diz a Secretaria de Educação.