sábado, 27 julho 2024

Pastor preso pela PF pediu R$ 100 mil para evento em Nova Odessa

Cidade sediou Gabinete Itinerante ano passado; empresário de Piracicaba relatou pedida de valores em depoimento à PF 

Arilton Moura foi preso na operação da PF que também prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e o pastor Gilmar Santos (Foto: Divulgação)

O empresário e presidente do Avante de Piracicaba José Edvaldo Brito relatou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que o pastor Arilton Moura solicitou a quantia de R$ 100 mil para realizar evento em Nova Odessa. A cidade sediou em agosto do ano passado o chamado “Gabinete Itinerante”, reunindo prefeitos de vários municípios para pleitear recursos federais.

Arilton Moura foi preso na operação da PF que também prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e o pastor Gilmar Santos.

Os três são acusados de formar uma rede de corrupção que pedia propina de prefeitos em troca de verbas públicas e investimentos do Ministério da Educação (MEC), segundo a PF e o Ministério Público Federal (MPF).

Depoimentos do empresário piracicabano José Brito constam em parecer do MPF sobre as apurações ao MEC.

O ex-ministro Milton Ribeiro e a sua comitiva do MEC, juntamente com o prefeito de Nova Odessa, Cláudio José Schooder, o Leitinho (PSD), participaram do “Gabinete Itinerante”, em Nova Odessa.

O convite para a realização do evento na cidade partiu do prefeito Leitinho, durante encontro com Milton Ribeiro no início de julho do ano passado, em Brasília (DF).

Brito conta que conseguiu reunião com o ex-ministro no Ministério da Educação após conversar com Luciano Freitas Musse, ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva do MEC.

Nesta reunião no Ministério da Educação, Brito relata que “conseguiu o compromisso da realização de evento na cidade de Nova Odessa no dia 21 de agosto”. Segundo o depoimento, Arilton solicitou ao empresário de Piracicaba a emissão de passagens aéreas para sua comitiva e a “colaboração de R$ 100 mil”.

De acordo com o jornal O Globo, Brito apresentou à Controladoria-Geral da União (CGU) extratos bancários demonstrando a transferência de R$ 20 mil para a conta pessoal de Musse e R$ 30 mil para a conta de Bartolomeu, genro de Moura. Esses valores seriam para intermediar um encontro entre o empresário e o ex-ministro.

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos foram soltos após o Tribunal Regional Federal (TRF) aceitar pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-ministro.

A Prefeitura de Nova Odessa negou qualquer irregularidade e informou que “jamais pagou qualquer valor a pastores ou servidores federais pela realização do evento oficial do MEC na cidade”. “Como informamos anteriormente, nem o prefeito, nem o secretário de Educação receberam qualquer pedido de vantagem indevida por parte dos personagens citados nas matérias”.

“O senhor Edivaldo Brito não possui nem possuiu qualquer ligação com a Prefeitura de Nova Odessa. Ele procurou a Prefeitura para oferecer o evento e atuou como promoter do mesmo, por indicação do MEC, sem custos para a Prefeitura”, disse.

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