O prefeito de Americana, Omar Najar (MDB), pretende repassar a administração do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi para o Governo do Estado de São Paulo, mantendo o atendimento a moradores de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste. A medida tem o objetivo de aliviar os cofres públicos da cidade. A economia poderia chegar a R$ 170 milhões por ano, que seriam investidos na gestão e contratação de médicos para a rede básica de saúde.
A intenção do prefeito foi revelada ontem pelo próprio Omar Najar, durante entrevista coletiva à Imprensa no Gabinete. Para ele, o investimento prioritário dos recursos públicos deveria ir para a rede básica de saúde. “O município de Americana não suporta o Hospital Municipal. Nós temos que fazer as UBSs funcionar decentemente, colocar médicos para atender nas UBSs e o hospital tem que se acertar de uma maneira ou de outra, que é o que a gente está estudando”, declarou.
Omar ainda teceu críticas à falta de ação dos “deputados de Americana”, sem citar nominalmente nenhum deles. Omar disse que não vai cobrar, mais uma vez, os parlamentares. “Eu já pedi, não é que eu vou pedir. Eu já pedi desde quando entrei. Eu não vou pedir mais b…. nenhuma. Chega de pedir. Se os caras não entendem a situação da cidade. Amanhã eu saio daqui. Se vier um deles candidatos, eles que vão arcar”, afirmou.
De acordo com o prefeito, a transferência do hospital estava acordada com o atual governador Marcio França (PSB), mas foi suspensa diante da derrota dele para João Doria (PSDB) na eleição de outubro. A medida, diz Najar, foi discutida com França em reuniões intermediadas pelo deputado estadual Chico Sardelli (PV). O último encontro foi na segunda-feira, dia 26.
“Eu fui falar com o Marcio França e dizer ‘mas, governador, não tem jeito? Ele falou ‘mas, Omar, que jeito que vou fazer em 30 dias? Eu tenho de mandar gente fazer o levantamento, tenho de fazer constar no orçamento do ano que vem do Governo do Estado, e eu não sou mais governador no ano que vem'”, reproduziu Omar Najar.
Sardelli confirmou o teor da conversa, declarando que atuou mais intensamente na intermediação das audiências desde que França assumiu o Governo do Estado.
Já o deputado estadual reeleito Cauê Macris (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa, foi procurado por meio de sua assessoria de imprensa para comentar o assunto, mas não respondeu até o fechamento desta edição.
FUNDAÇÃO TEBALDI
Outras alternativas analisadas pela Administração Municipal são alterar a personalidade jurídica do hospital, com a criação de uma fundação hospitalar. Ou ainda transformá-lo em uma unidade da Santa Casa de Misericórdia.
Omar também estuda revogar legislação municipal que impediu a cessão de uma das alas do HM para uma instituição hospitalar, com contrapartida para os cofres públicos. “É preferível fazer um acordo (entre) Santa Bárbara, Americana e Nova Odessa, e o Governo do Estado que assuma isso. O hospital nosso é porta aberta e porta aberta nenhum município aguenta. Quem aguenta é o Estado”, afirmou.
