sábado, 11 maio 2024

‘Onda’ deixa deputados de fora

Deputados da região que não conseguiram a reeleição atribuem a derrota à “onda bolsonarista”, que levou muitos votos da região para nomes como Janaína Paschoal e Eduardo Bolsonaro, ambos do PSL.

 

O deputado estadual Chico Sardelli (PV) não conseguiu se reeleger e aponta que eleição foi atípica. “Foi uma eleição atípica, difícil, mas cumprimos o nosso programa. Fazer o que? Não deu. Estou no meu quinto mandato e quero agradecer a população que entendeu que agora outros deveriam entrar. Eu agradeço”, disse.

 

Questionado sobre o que seria atípico na eleição, ele citou Janaína Paschoal (PSL). “Tivemos aquela Janaína Paschoal que teve toda aquela votação. Não tive os votos necessários para chegar. Faltaram uns quatro, cinco mil. Mas não tenho do que reclamar, só agradecer aos que sempre me apoiaram e sempre votaram em mim”, ressaltou.

 

O deputado evitou dizer o que fará no futuro. “Vou terminar meu mandato que vai até março”, concluiu.

 

O deputado estadual Davi Zaia (PPS) teve 41.047 votos e não conseguiu a reeleição. Ele avalia que houve migração de votos. “Minha votação caiu pela metade. Um fenômeno aconteceu aí, uma migração forte para candidatos que apoiaram o Bolsonaro. É a escolha do povo e temos que respeitar. Cumpri meus três mandatos com dignidade”, avaliou.

 

Ele disse que deve definir o futuro na próxima semana. “Fui o deputado melhor avaliado pelo Voto Consciente, mas não estou reeleito. Continuo acreditando na política. Na semana que vem vamos avaliar o que fazer”, disse.

 

O deputado estadual Feliciano Filho (PRP) conseguiu 80.411 votos, mas não conseguiu a reeleição. Ele aponta o quociente eleitoral como um dos responsáveis pelo resultado. “Eu já imaginava isso. Vários deputados de elegeram abaixo de mim. Se não fosse pelo quociente eleitoral eu teria entrado. Teve uns 50 com menos votos e se elegeram e eu com 80 mil não”, disse.

 

Ele classificou o caso como uma anomalia. “É uma anomalia e eu já vinha dizendo isso. Teriam que ser eleitos os mais votados do estado. A Janaína fez dois milhões de votos e puxou umas nove cadeiras. O último entra com 20 mil votos”, avaliou.

 

Filho disse que teve praticamente metade dos votos da última eleição. “Não tive tempo de fazer campanha. Fiquei envolvido com o trabalho de proteção animal. Quando fui fazer faltavam 15 dias e minha campanha foi pobre, sem dinheiro nenhum”, declarou.

 

No entanto, com bom humor, ele garante que vai continuar a trabalhar pela causa animal. “Vou continuar com a proteção animal, consegui aprovar leis importantes. Entrei na política por causa dos animais, sempre fui ativista e vou continuar”, afirmou.

 

Ele ainda disse que está cansado da polícia. “Pessoalmente não tava mais suportando a política. O dia a dia é muito ruim. É muito cansativo, esgota muito. Se pegar uma foto minha de quatro anos e uma agora parece que envelheci 10 anos”, disse.

 

A reportagem também entrou em contato com a deputada Ana Perugini (PT), que também não conseguiu a reeleição, mas ele preferiu não comentar. O candidato Antonio Mentor (PT) também não falou com a reportagem.

 

Sobrenome ajuda na eleição
A professora Valéria Bolsonaro (PSL) assumirá o primeiro cargo eletivo de sua vida. O sobrenome vem da família do esposo, que é primo de segundo grau do candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL).

 

“Fiquei muito surpresa. Fiz uma campanha muito tímida, sem recurso financeiro nenhum. Foi uma coisa bem simples. Correria, sola de sapato. Não imaginava essa quantidade de votos que tive. Estou muito surpresa com tudo isso”, afirmou.

 

Questionada se o sobrenome Bolsonaro foi fator determinante, Valéria disse que “ajudou muito”, mas acredita que não tenha sido o principal. “Tive contato de pessoas que me procuravam no Facebook justamente por conta do nome, perguntando se era da família (do Jair Bolsonaro). Sem dúvida ajudou muito, mas a minha campanha foi aqui em Campinas. O Eduardo Bolsonaro estava o apoiando o Gil, o Carteiro Reaça”, contou.
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