Com a recomendação de distanciamento social, o antigo aperto de mão com o eleitor se tornou um “soquinho”, a memorização do rosto dos candidatos também deu lugar a postulantes mascarados (alguns mais criativos com equipamentos transparentes para manter a face a mostra). Já a massiva distribuição de panfletos, porém, continuou, mas dividiu espaço com a campanha digital, cujo impacto é também incerto.
Em que pese o Ministério Público tenha solicitado que candidatos evitassem visitas domiciliares e reuniões presenciais, elas aconteceram, mas em menor intensidade.
Além da diferença no jeito de pedir voto, essas eleições podem registrar uma das maiores abstenções já vistas, já que o número de idosos aptos a votar cresceu na região, e são eles os principais eleitores enquadrados no grupo de risco para a Covid-19.
Na análise do cientista político Fernando Albuquerque Ferreira, esse público deve se ausentar mais hoje.
“A pandemia vai definir voto. Tem muito idoso que não vai votar, muita gente que vai evitar, isso vai impactar o resultado nas urnas”, opinou.
Outra novidade lançada por conta da pandemia deve impactar as eleições: agora, é possível justificar ausência pelo celular, sem precisar presencialmente a alguma seção eleitoral (leia texto na página 6). A justificativa é feita pelo aplicativo e-Título, da Justiça Eleitoral, que considera a localização do eleitor para receber a justificativa.
GESTÃO
Também na análise de Ferreira, diante da melhoria no cenário da pandemia nas cidades, o posicionamento de prefeitos e vereadores durante o período mais grave da pandemia terá pouca relevância nas urnas agora.
“As pessoas já começaram a esquecer e viver normalmente. Na época mais grave, teve muita manifestação para abrir comércio, mas agora as pessoas já estão tocando a vida”, afirmou.
