quinta-feira, 2 maio 2024

Paulínia é cotada para investimento chinês

Uma delegação de executivos chineses do grupo CRRC/QRRC, fabricante mundial de vagões e contêineres, esteve reunida em Paulínia na última terça-feira com o prefeito interino, Antonio Miguel Ferrari (DC), o “Loira”, discutindo projeto para investimentos na cidade. 

O grupo, que segundo a prefeitura já tem parceria com a ANX, sediada em Paulínia, atua no segmento ferroviário desde a década de 90, e agora planeja expandir sua atuação no Brasil. 

Inicialmente, a delegação foi recepcionada pelo secretário de Governo, Carlos Alberto Coelho, e pelo empresário local Marcelo Almeida, que intermediou o encontro. 

Ao saudar os visitantes, o prefeito enfatizou o interesse e a disposição do Poder Público local visando a instalação das atividades do grupo na cidade. 

“Vocês são muito bem-vindos em Paulínia. Faz mais de dez anos que nosso município não recebe investimentos de grande porte como o que vocês planejam fazer aqui no Brasil”, assinalou. 

Loira colocou a estrutura da prefeitura à disposição para viabilizar o novo projeto industrial do grupo chinês, cujo investimento ainda não é revelado. 

O diretor industrial da ANX, Rubens do Amaral Gurgel, destacou o interesse da CRCC em se estabelecer com um novo projeto industrial no País. 

Ele lembrou que o grupo, que já detém um conglomerado de 46 fábricas na China, tem atuação destacada nos segmentos de vagões, vagões de passageiros, locomotivas, VLT (veículo leve sobre trilhos) e trens especiais, entre outros. E no Brasil, é fornecedor de composições para o Metrô e a Supervia no Rio de Janeiro. 

Para o diretor da ANX, parceiro do grupo chinês no País, “será um prazer instalar um novo negócio aqui e o projeto é trazer outras empresas do grupo para Paulínia”. 

Marcelo Hernandez, também sócio da ANX, lembrou que a empresa já vinha negociando há cerca de três anos a vinda de novos investimentos com o governo chinês e que agora conseguiu trazer para o País essa delegação de executivos para mostrar a eles as oportunidades de negócios que estão se abrindo no Brasil, principalmente a partir de agora que o Governo Federal planeja antecipar a renovação da concessão das ferrovias, o que deve fazer com que as concessionárias do setor voltem a investir pesado na modernização de vias e equipamentos. 

“O modal ferroviário é o mais barato e a CRRC pode trazer a tecnologia que o País ainda não tem nesse segmento e isso vai ser revolucionário para a ferrovia no Brasil”, previu o empresário. 

A ANX já possui uma unidade em Paulínia com 86 mil m². 

Por sua vez, a CRCC, que dispõe de um conglomerado industrial de 4,6 milhões de m² na China, já exporta produtos para o Brasil. Agora pretende participar do projeto para implantação do TAV (trem de alta velocidade), previsto para ligar Campinas ao Rio de Janeiro (RJ). 

LÍDER MUNDIAL 

Falando em nome da CRRC, o vice-presidente e CEO do grupo, Mr. Zhu, agradeceu a recepção e falou da satisfação de estar em Paulínia, onde começou a se estabelecer aqui no Brasil em parceria com a ANX na área de manutenção de vagões. 

“Pela nossa análise, o Brasil tem um potencial muito grande a ser explorado por sua dimensão continental, principalmente em termos de logística e no ramo ferroviário. É um mercado que merece nossa atenção e esperamos nos desenvolver por aqui também na área de fabricação de trens, vagões e componentes”, observou o executivo. 

Especificamente em relação a Paulínia, o CEO do grupo foi simpático ao destacar que, apesar de já ser uma cidade economicamente desenvolvida por causa da refinaria da Petrobras e do polo petroquímico, “a CRRC vem para somar e estamos bastante confiantes em investir no município e assim colaborar com o prefeito para ajudar ainda mais o seu povo”. 

Os números da CRRC são expressivos: maior fabricante mundial de vagões com 15 mil unidades/ano; exporta para o mundo inteiro de 2 mil a 3 mil vagões/ano e praticamente todos designs de vagões na China são do grupo. 

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