quinta-feira, 2 maio 2024

Pelo resgate de projetos sociais

Talitha De Nadai Lahr, de 35 anos, entra na briga eleitoral com o sonho de ser a primeira prefeita da história de Americana. Fisioterapeuta de formação, ela vai para a disputa apresentando no currículo a atuação em ações sociais da época em que esteve à frente da Secretaria Municipal de Ação Social e Desenvolvimento Humano, no governo do irmão, Diego De Nadai, que comandou o Executivo entre os anos de 2009 e 2014.

A passagem de Diego pela prefeitura terminou de forma conturbada, com a cassação de seu mandato e a suspensão de seus direitos políticos. Ele sempre alegou ter sido injustiçado e que é vítima de manobras adversárias.

Thalita, hoje, aposta que herda na própria candidatura o respaldo popular do irmão, e quer retomar programas de governo do grupo que estava no poder. Confira os principais trechos da entrevista que ela concedeu ao TodoDia.

TodoDia – Talitha, a proposta da nossa série de reportagem é apresentar ao leitor pré-candidatos à prefeitura que, antes mesmo das convenções partidárias, são dados como nomes certos na corrida eleitoral. Fale da sua história de vida, nos diga, na sua opinião, o que a credencia a administrar a cidade.

Talitha – Nasci em Americana há 35 anos. Sou casada com Guilherme Santarosa Lahr, e sou mãe do Davi. E sou irmã do ex-prefeito Diego De Nadai. A partir de 2012, estive à frente da secretaria municipal que trata da Promoção Social. Participei da implementação de projetos fantásticos, que foram desvirtuados ou abandonados depois que meu irmão deixou a prefeitura. Eu posso resgatá-los. Senti no coração que posso ser prefeita.

TodoDia – Mas seu projeto político é novo? Você já concorreu a algum cargo eletivo?

Talitha – Pensei em concorrer a uma vaga na Câmara Federal em 2014. Me filiei ao PV. Mas foi um momento muito complicado, com meu irmão no noticiário, sofrendo denúncias. E o meu partido de então assumiu o apoio a Omar Najar à prefeitura. Decidi deixar a legenda. Vi que era um grupo do qual eu não podia fazer parte. Depois, prestando serviços em Sumaré, acabei sendo apresentada ao PSD pelo próprio prefeito Luiz Dalben. Me filiei, me identifiquei com as propostas da legenda, e decidi concorrer à Prefeitura de Americana.

TodoDia – Naturalmente, a sua imagem é vinculada pelo eleitor à do seu irmão. Mas todos sabemos da história confusa, das denúncias. Você não considera que este vínculo é prejudicial à sua campanha?

Talitha – De forma alguma. Muito pelo contrário. Estar vinculada às ações do governo do Diego me fortalecem. Sou uma fã ardorosa do meu irmão, assim como todas as pessoas que o conhecem. E sei que a cidade vai ganhar com o resgate daqueles projetos.

TodoDia – Me fale da sua atuação na secretaria. Quais foram as ações que lhe servem de triunfo na campanha?

Talitha – Assumi a Ação Social em 2012. E algumas ações marcaram demais. Um projeto tratava inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Alocados adolescentes e adultos deficientes na própria prefeitura, servimos como exemplo seguido por empresas de toda a cidade. Outro programa muito importante, desfigurado atualmente, foi a fundação da creche do idoso, no Jardim Glória. O Centro-Dia garantia transporte e assistência a cada idoso acolhido, com respeito. Mas o governo também desenvolveu projetos marcantes com os jovens da cidade.

TodoDia – Por exemplo?

Talitha – A partir da participação em congressos internacionais de acolhimento de menores, trouxemos para Americana experiências inéditas, como a criação das casas-lares, o incentivo aos processos de adoção de irmãos biológicos. Conseguimos promover serviço de excelência no setor. Deixamos o governo quando planejávamos a criação de repúblicas que pudessem servir de abrigo para menores acolhidos que alcançassem a maturidade. O projeto empacou. Nunca sai do papel. A gente ia fechar com chave de ouro a política local do acolhimento. Também, implantamos, com o apoio do Ministério Público, o Naia, que era um centro de assistência integrada a menores infratores. Promovíamos a reinserção social do menor na sociedade, dávamos assistência às famílias. Outro programa sensacional que foi abandonado.

TodoDia – Seu interesse pelas ações sociais nasceu dentro do governo?

Talitha – Não, já vinha de antes. Formada em fisioterapia, atuei na Apae de Americana como voluntária por quase três anos. Depois fui contratada pela entidade. Lá dentro fui coordenadora do Núcleo de Habilidades Aquáticas Integrado, e posteriormente como coordenadora de Inclusão das Pessoas com Deficiência no Sistema Regular de Ensino e também no mercado de trabalho. Foi a inspiração para os projetos de saúde e sociais na prefeitura.

TodoDia – Qual foi sua relação com a Secretaria Municipal de Saúde?

Talitha – Eu não saía do gabinete do meu irmão. Dava meus palpites, participava de projetos como a criação da unidade de medicina alternativa e a modernização das unidades de pronto-atendimento. Eu fazia parte, com muito gosto, dos projetos de ampliação do hospital municipal.

TodoDia – Fora da prefeitura, você deixou de atuar em ações sociais e projetos de Saúde?

Talitha – Trabalhei como assessora parlamentar na Câmara Federal. Até hoje trabalho na assessoria da Secretaria Municipal de Governo da Prefeitura de Sumaré. Foi o contato com o prefeito Dalben que me fez ser apresentada ao PSD. E aí me veio a inspiração para com concorrer à Prefeitura de Americana, retomar todos os projetos.

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