Um pedido de cassação do prefeito de Nova Odessa, Bill Souza (PSDB), será votado pela Câmara terça-feira (8). É o terceiro pedido pelo mesmo motivo em um ano.
A acusação é sobre a internação do ex-assessor do prefeito Divair Moreira em 2015, que segundo o denunciante foi paga com dinheiro público. Divair faleceu no mesmo ano. Bill nega dano ao erário, diz que não sabia e que o dinheiro foi devolvido.
Nos dois primeiros pedidos de cassação com esse mesmo argumento, o Legislativo alegou inconsistência. O primeiro pedido, apresentado pelo ex-vereador Nivaldo Luís Rodrigues, atual pré-candidato a prefeito de Nova Odessa. Votado em outubro no plenário, o pedido foi arquivado, já que a maioria votou contra a abertura do pedido de cassação.
Na segunda vez, em julho, o pedido foi feito pelo pastor Aparecido Siqueira, presidente do PMN em Nova Odessa. O autor retirou o pedido antes da votação ir a plenário. O vereador Élvis Ricardo Garcia, o Pelé, líder do governo na Câmara, disse na ocasião que o pedido era obra da oposição, que fazia uma “fábrica de denúncias” contra Bill.
Na sessão de terça-feira (8), serão necessários seis votos dos nove vereadores para que a comissão seja aberta.
Em nota, a Prefeitura de Nova Odessa informou que para Bill o pedido é mais um episódio da perseguição política deflagrada contra ele usando o nome do pastor Divair Moreira, que tanto contribuiu para o desenvolvimento do município e, inclusive, dá nome ao Teatro Municipal.
“Mais uma vez, é importante ressaltar que não houve nenhum prejuízo à Administração e eu, de livre e espontânea vontade, já devolvi o dinheiro à prefeitura. Esse é o terceiro pedido com o mesmo assunto e a única novidade agora é que foi feito por uma pessoa que me persegue politicamente desde 2013 e que, inclusive, já foi condenado a prisão pela Justiça por difamação contra mim. Então, acho que não preciso dizer mais nada a esse respeito. Lamento, mais uma vez, que o nome do querido e saudoso pastor Divair siga sendo usado pelos nossos adversários. Divair foi um homem que sempre fez o bem e merece todo respeito”, comentou o prefeito.
O pedido é de Eduardo Luiz da Silva Mota, ex-secretário. Ele alega que “o prefeito desviou RS 45.178,10, pertencente ao erário público, para beneficiar seu assessor de gabinete Divair Moreira, inclusive o prefeito/denunciado usou de documento público alterado. Os pagamentos dessas despesas particulares com dinheiro municipal resultaram em ação popular”, aponta.
Segundo o boletim da Câmara, Bill respondeu “que desconhecia os pagamentos pelo município das despesas médicas de seu assessor, e que os documentos tidos como falsos foram usados pelo diretor jurídico Demétrius Adalberto Gomes, que não tinha procuração sua para tanto. Negou que tenha ordenado as despesas, o que foi feito pelos secretários de Saúde e de Governo, mas que, mesmo assim, empreendeu esforços para restituir ao erário público os valores despendidos. Aduziu, por fim, que incidiu em erro ao assinar o documento, e que não se encontrava no município por ocasião dos fatos”.
POLÍTICA AGITADA NA CIDADE
Os bastidores políticos da Câmara de Nova Odessa andam agitados, com pedidos de cassação envolvendo não apenas o prefeito, mas também vereadores.
Em agosto, por 4 a 3, os vereadores arquivaram Comissão Processante que pedia a cassação do vereador Wladiney Pereira Brigida, o Polaco (PL), por quebra de decoro parlamentar.
Polaco foi preso em flagrante por corrupção em 2018, acusado de cobrar propina para aprovar uma aluna em exame no Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), onde trabalhava como perito. Ele nega as acusações.
Polaco assumiu cadeira na Câmara em julho, após renúncia de Carol Moura (Podemos), de quem ele era suplente. Carol Moura renunciou em 27 de junho, quando seria votado pedido de sua cassação por quebra de decoro, acusado de tentativa de furto a loja de shopping em Campinas. Ela negou, alegou que passava por problemas psicológicos e estava tomando medicamentos.
