quinta-feira, 25 abril 2024

Professores denunciam álcool vencido

Professores encontraram álcool em gel vencidos em escolas estaduais de Americana e Santa Bárbara d’Oeste. Os profissionais voltaram às escolas na segunda-feira (1º) para replanejar a volta às aulas presenciais, que acontece a partir de segunda-feira (8).
A informação é da diretora da Apeosp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) na região de Americana, Zenaide Honório.
Ela conta que professores procuraram o sindicato para denunciar a situação. Porém, com medo de represálias, não disseram em quais unidades foram vistos os álcool em gel vencidos.
Nas imagens enviadas pelos profissionais de educação, há álcool em gel de escola da região que venceu em janeiro e mais um, em dezembro do ano passado. A Apeosp ainda recebeu reclamações na região de professores sobre o protetor facial disponibilizado.
“As escolas do estado receberam álcool em gel vencido. E não foi só aqui em Americana e Santa Bárbara não, teve em outras regiões também. Temos relatos de casos em Fernandópolis, Ribeirão Preto e Catanduva”, lista Zenaide.
A máscara de proteção facial, azulada, cedida pelo estado para a volta das aulas, desagradou profissionais, segundo ela. “Relataram que é difícil para quem usa óculos, que não são poucos profissionais. É um protetor facial de baixa qualidade”, conta a diretora da Apeosp na região.
“Tem ainda o avental. As monitoras de Santa Bárbara receberam da prefeitura avental de jaleco de tecido. Teria que ser descartável. As crianças pegam, encostam, não tem como. As monitoras têm contato constante com as crianças pequenas”, aponta Zenaide.
A Prefeitura de Santa Bárbara, que enviou os aventais às monitoras, disse que a informação não procede e que “vem adotando todos os protocolos de segurança para quando as aulas forem retomadas”.
A diretora do sindicato critica a volta das aulas. “Que qualidade e que segurança que o governo dá aos professores, funcionários e alunos? É um descaso, não tem vacina e nem previsão. Mais um desrespeito com a classe”.
Zenaide reforça. “Não se tem material suficiente para os professores trabalharem sossegados. Sossegados não vão né, porque o vírus está aí, e com essa movimentação toda aumenta o risco de contágio. O governo teimou em retornar né, vamos torcer para que não aconteça nada mais grave”.
Em nota, a Secretaria de Educação do governo do estado, através da DRE (Diretoria Regional de Ensino) de Americana, informou que “irá substituir os itens com validade expirada. As escolas foram orientadas quanto ao monitoramento e respeito aos prazos de validade dos produtos para a reposição necessária”.
O governo não explicou o motivo dos produtos vencidos e destacou na nota que, em 2021, em todo o Estado, as 5,1 mil escolas estaduais receberam R$ 700 milhões por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola de SP.
“Essa verba foi destinada para manutenção e conservação das unidades para a volta segura das aulas presenciais. Para a região de Campinas, foram liberados R$ 102,7 milhões. Mais R$ 19,7 milhões para a região de Ribeirão Preto e R$ 21,8 milhões para a região de São José do Rio Preto”.
Para a retomada, a Seduc-SP, diz a nota, adquiriu e distribuiu “uma série de insumos destinados tanto aos estudantes quanto aos servidores, como 12 milhões de máscaras de tecido, mais de 440 mil face shields (protetor facial de acrílico), 10.740 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel, 100 milhões de rolos de papel toalha e 1,8 milhão de rolos de papel higiênico”, aponta a nota.
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