A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) firmou um convênio com a startup Entourage Phytolab, de Valinhos, para o desenvolvimento de pesquisa sobre variedades de cannabis (planta da maconha) exclusivamente para uso medicinal. O objetivo do projeto é analisar as condições agrícolas, químicas e genéticas de 240 variedades da planta, para determinar quais delas teriam mais valor no desenvolvimento de novos medicamentos.
“Vamos importar sementes de variedades já conhecidas na Europa. Cruzando os dados, vamos ter o indicativo para que a Entourage desenvolva seu portfólio de medicamentos”, explica o Ílio Montanari Jr., pesquisador que coordena o projeto e curador da coleção de plantas medicinais da universidade.
“As pessoas tendem a achar que toda planta de cannabis é igual, mas a verdade é que existem muitas variedades diferentes. A pesquisa nos permitir selecionar as mais resistentes, produtivas e mais indicadas para cada tratamento, abrindo o caminho o desenvolvimento medicamentos inovadores, ainda mais seguros, eficazes e acessíveis”, diz Caio Santos Abreu, CEO da Entourage Phytolab.
O início da pesquisa ainda depende de aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o cultivo controlado.
Para garantir a segurança das amostras, o local será monitorado 24 horas por dia por um sistema de segurança previsto no convênio, incluindo controle de acesso com identificação por biometria, portas duplas e câmeras com monitoramento remoto. “O documento de autorização especial está sendo preparado. Acredito que em no máximo três meses esteja autorizado. O convênio prevê um prazo de quatro meses para adequações nas nossas instalações e 24 meses de pesquisa propriamente dita”, completou Montanari.
A Entourage busca, desde 2018, desenvolver os primeiros medicamentos brasileiros a base de maconha.
Hoje, todas as marcas consumidas no País são importadas com autorização da Anvisa e custam cerca de R$ 2 mil por frasco ou seringa.
