A CPFL Paulista registrou 567 interrupções por queimadas entre janeiro e junho na região de Campinas. O levantamento mostra que Campinas, Americana e Hortolândia lideram o ranking na região.
O tempo seco característico do início do inverno brasileiro traz uma preocupação adicional para distribuidoras e transmissoras de energia elétrica: o risco de incêndio em terrenos baldios ou áreas rurais sob as redes de distribuição e transmissão.
O levantamento foi feito pelo Centro de Operações da CPFL Paulista, entre os dias 1º de janeiro e 15 de junho. As 567 interrupções devido a queimadas equivalem a uma média superior a três por dias.
Em 2019, as queimadas resultaram em 1.031 ocorrências de interrupção no fornecimento de energia, 20,1% a mais que as 858 de 2018.
“É importante a conscientização da população e dos produtores agrícolas, pois os incêndios sob a rede de distribuição de energia são, muitas vezes, causados pelo uso do fogo como método de poda de algumas plantações. O impacto das queimadas é maior ainda quando acontecem sob as linhas de transmissão, responsáveis pelo abastecimento de regiões inteiras”, alerta Rodrigo de Vasconcelos Bianchi, gerente de Operações de Campo, da CPFL Paulista.
Entre os municípios com mais interrupções na região, Campinas registrou 160 ocorrências, ficando em primeiro lugar. Hortolândia ocupa a segunda posição com 75 casos. Americana aparece em terceiro da lista, com 71 registros, enquanto Santa Bárbara d’Oeste tem 47, seguida por Sumaré, com duas a menos.
Entre janeiro e junho de 2020, a CPFL Paulista registrou 1.474 queimadas que afetaram a rede elétrica em toda a sua área de atuação. Considerando 2019, as interrupções desse tipo cresceram 21,3% em relação a 2018. Foram 3.276 ocorrências no ano passado contra 2.700 no ano anterior.
De acordo com o estudo da distribuidora, que atende 4,6 milhões de consumidores em 234 municípios do interior paulista, em 2020, até o momento, Campinas lidera o ranking geral de queimadas. Em segundo lugar vem Ribeirão Preto, com 111 casos e, na sequência, Bauru, com 102 registros.
SAIBA MAIS
Proibidas em algumas áreas municipais, as queimadas são autorizadas pelo Ibama sob critérios técnicos que impedem a propagação do fogo além dos limites estabelecidos. O Ibama também distribui material educativo onde a prática é usual. Em situações especiais, o Ibama pode proibir queimada, o que não impede que ela ocorra de forma ilegal, provocando incêndios florestais.
Como forma de prevenir tais situações, conforme decretos federais, uma das medidas que devem ser respeitadas pelos produtores no cultivo é o respeito às faixas de servidão, que são os corredores de 30 ou 40 metros de largura localizados embaixo das linhas de transmissão, nos quais não é permitido o plantio.
Decreto estadual de 2001 regulamenta a queima controlada como fator de produção e manejo em atividades agrícolas, proibindo queimadas próximas a instalações elétricas e de telecomunicações. Soltar ou fabricar balões é considerado crime ambiental por lei federal, cuja pena vai de um a três anos de detenção, além de multa.