A RMC (Região Metropolitana de Campinas) registrou até o momento 12 mortes por febre maculosa em 2018. Levantamento feito pelo TODODIA junto às prefeituras mostra que existem ao menos 34 casos suspeitos na região, ou seja, que aguardam o resultado de exames médicos para confirmar ou não a presença da doença.
O óbito mais recente ocorreu na quinta-feira de manhã, em Paulínia. A vítima foi uma mulher de 53 anos, moradora do bairro São José. De acordo com a prefeitura da cidade, ela foi contaminada “em visita a uma represa na cidade de Cosmópolis”. Foi a primeira morte registrada em Paulínia, que teve dois casos confirmados da doença (incluindo o óbito).
“Apesar de ser um caso importado, é preciso reforçar que entre os meses de junho e outubro há aumento na incidência de carrapatos, que são os principais transmissores da febre maculosa”, afirma a médica veterinária responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses de Paulínia, Iracema Custódia dos Santos Sá.
A especialista ressalta que existem áreas na cidade que devem ser evitadas. “É o caso da Lagoa Santa Terezinha, das lagoas localizadas no Complexo Brasil 500 e APPs (Áreas de Proteção Permanente). Aproveito para reforçar que, por diversas vezes, instalamos placas de alerta nestes locais e, infelizmente, elas foram retiradas em atos de vandalismo, prejudicando o trabalho de combate à febre maculosa. Pedimos, portanto, a colaboração da população para que nos ajudem a manter os avisos intactos”, disse Iracema.
Até o momento, o município com mais casos de morte por conta da doença foi Americana, com 7. Ela também lidera os casos suspeitos, com 18. Existem ao menos 15 áreas de risco para a doença na cidade (confira o quadro nesta página).
Outro caso recente de óbito provocado pela febre maculosa ocorreu em Santa Bárbara d’Oeste, no dia 7 de junho. A vítima foi um homem de 38 anos, mas o bairro onde ele morava não foi divulgado. A cidade aguarda o resultado de exames de 8 casos suspeitos.
SINTOMAS
Os primeiros sintomas aparecem de dois a 14 dias após a picada, e podem incluirfebre (acima de 39ºC), calafrios, dor no corpo, fraqueda, náuseas, vômitos, diarreia e dor abdomem. Outros sintomas são pequenas manchas vermelhas pela pele, que crescem e se tornam salientes.
A doença tem cura, mas é necessário tratamento com antibióticos após o surgimento dos primeiros sintomas para evitar complicações, como inflamação do cérebro, paralisia, insuficiência respiratória ou insuficiência renal.
É recomendável evitar áreas de risco de transmissão da doença, como matas, beiras de rio, áreas de pescaria, entre outras.
ÁREAS DE RISCO EM AMERICANA
– Área da Carioba (pesqueiros do Rio Piracicaba, próximos ao Parque Têxtil da Rua Carioba).
– Área da Casa de Cultura Herman Müller (mata ciliar adjacente ao Ribeirão Quilombo)
– Área do Rio Jaguari (Região Pós-Represa do Salto Grande / chácaras nas proximidades da Colônia Agrícola do Sobrado Velho)
– Área do Museu Histórico (pesqueiros na confluência dos Rios Atibaia e Jaguari)
– Área do Assentamento Milton Santos (matas ciliares do Rio Jaguari e Córrego Jacutinga)
– Área da Ponte do Rio Piracicaba / Rodovia Anhanguera (pesqueiros locais)
– Área do Rio Piracicaba (pesqueiros na proximidade do Centro de Detenção Provisória)
– Área da Represa do Jardim Imperador (Área do Portal dos Nobres)
– Área da Praia dos Namorados (orla da Represa do Salto Grande)
– Área do Bairro Mirandola (pastos e matas periféricas)
– Área da Praia do Zanaga (braço da Represa do Salto Grande entre os Bairros do Zanaga e Vale das Nogueiras)
– Área da Usina da CPFL (Represa do Salto Grande)
– Área da Praia Azul (orla da Represa do Salto Grande)
– Área do Ribeirão Quilombo (toda a extensão)
– Área Verde do Parque Nova Carioba (mata ciliar do Córrego Bertini)
Fonte: Prefeitura de Americana