sexta-feira, 22 novembro 2024

Uma nova arma contra a dengue

O combate à dengue, zika, chikungunya e febre amarela ganhou um novo aliado desenvolvido na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas): um repelente para superfícies, que deve ser aplicado em paredes, roupas, mesas, quadros e outros objetos. Além de diminuir as alergias comuns ao produto para aplicação na pele, o repelente para superfícies não emite cheiro como os desenvolvidos para ambientes.

A Anvisa (Agência Nacional de Saúde) reconhece três princípios ativos presentes nos repelentes industriais capazes de espantar o mosquito Aedes aegipty, transmissor dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela: o EBAAP, a icaridina e o DEET.

E é justamente este último que está presente no repelente para superfícies, como explicou a pesquisadora responsável pela tecnologia, a professora da FEQ (Faculdade de Engenharia Química) da Unicamp, Liliane Ferrareso Lona.

“A principal vantagem do repelente para superfícies é que ele permite a liberação controlada (do princípio ativo). Na pele você tem que repassar várias vezes ao dia e este, por ser encapsulado, tem uma dispersão mais lenta”, afirmou.

SEM ODORES

Outro diferencial da invenção é que o produto não emite odores – bem diferente dos repelentes líquidos colocados em tomadas. A disposição em cápsulas permite que o odor seja praticamente indetectável pelo olfato humano. “Tinha um agora em minha mesa que levei ao laboratório. Ele não cheira. Nestes de parede e de pele, o repelente é solto. Estes encapsulados têm uma liberação lenta, pois são compostos por 80% de água e 20% de partículas, sendo metade delas de polímero e metade de DEET. Então, quando você cheira percebe que não tem cheiro”, detalhou a pesquisadora.

Lona destacou ainda a facilidade de uso do repelente para superfícies. “O problema do repelente passado na pele é que algumas pessoas não podem utilizar, como por exemplo crianças com menos de seis meses, grávidas e lactantes, pessoas alérgicas. Existe uma série de restrições a diversos públicos”, afirmou.

A patente foi registrada e a tecnologia está disponível para licenciamento – podendo ser adaptada conforme o interesse do investidor. É possível encapsular em tamanhos pequenos e conseguimos fazer testes e partículas maiores, justamente para fazer esta ponte entre indústria e a universidade”, destacou.

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