O HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) está habilitado para realização do diagnóstico da Covid-19. Os testes de detecção do novo coronavírus foram desenvolvidos dentro do Laboratório de Patologia Clínica do HC.
O credenciamento do HC foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo na quarta-feira. O comunicado também habilitou para o diagnóstico a Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto. Assim, o Instituto Adolfo Lutz, laboratório referência no estado para a detecção da doença causada pelo novo coronavírus, fica menos afogado.
Segundo o coordenador de comunicação da força-tarefa montada na Unicamp para tratar do assunto, professor Henrique Marques-Souza, a testagem será realizada nos pacientes internados e nos profissionais de saúde. A prioridade são as pessoas que estão na internação. O professor explica que mesmo pessoas assintomáticas podem contaminar outras. Por isso, o teste é essencial, e também existe o esforço geral para que os profissionais de saúde entrem na prioridade de testagem, para sua própria segurança e dos pacientes não infectados.
OBSTÁCULOS
Mas, para ampliar a capacidade de realização de diagnósticos, a Unicamp conta com a importação de reagentes e a captação de recursos. “Os reagentes são importados. O que acontece é que o mundo inteiro está em guerra contra o coronavírus, comprando as mesmas munições. Além disso, ao depender da importação, dependemos do transporte e da mobilidade, também afetados”, avalia Henrique.
A seu ver, os governantes e as organizações do setor produtivo deveriam fomentar a criação de empresas de insumos e serviços de biologia molecular no país. “É estratégico para o Brasil ter uma frente própria que alimente a ciência nacional”, pontua.
Mas as perspectivas são positivas. Em relação à captação de recursos, Henrique cita os editais de fomento contra a Covid-19, com liberação de recursos para este fim, além do entendimento de empresas de que é preciso investir na luta contra a doença. “Quanto mais as empresas ajudarem os cientistas a reduzirem os impactos da pandemia, menos eles vão sofrer danos econômicos. Todo mundo deve caminhar na mesma direção.”
Virologista iniciou testes
Os primeiros testes para detecção do coronavírus na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) foram desenvolvidos pelo professor José Luiz Módena, virologista do Institito de Biologia.
A partir do desenvolvimento do método de postagem (divulgado na época pelo TODODIA), o trabalho foi ampliado por uma força-tarefa de pesquisadores da universidade, montada dentro do Instituto de Biologia, e que passou a ser coordenada pelo professor Marcelo Mori.
A proposta essencial do projeto é expandir a metodologia de testes para as unidades públicas de saúde.