sexta-feira, 26 abril 2024

Média salarial na RMC fica abaixo do Estado

A média dos salários dos trabalhadores das 20 cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) ficou abaixo da média do Estado pela primeira vez em dez anos, segundo o Observatório da PUC-Campinas. O índice regional ficou em R$ 1.710 enquanto o estadual atingiu R$ 1.782.
De acordo com a professora de Economia, Eliane Navarro, responsável pela análise dos dados, nos últimos dez anos, a média salarial da RMC sempre esteve entre 2% e 3% acima do índice estadual. “É uma redução pequena, mas chama atenção porque é uma mudança histórica de a RMC ter rendimento superior ao Estado. Agora está 2% abaixo. Não é muito significativo, mas é um importante reflexo da diminuição da vitalidade de setores que remuneram melhor, que é a indústria e a tecnologia”, avaliou.
Como exemplo, ela citou que em Americana e Santa Bárbara d’Oeste, pelo segundo ano consecutivo houve retração da atividade da indústria têxtil e que isso mostra como a atividade industrial está perdendo a vitalidade. “A gente está vivendo um quadro de muita incerteza por conta das eleições e não fica clara qual é a tendência, mas a continuidade da perda de importância industrial pode nos trazer perda da importância da nossa região”, disse.
Segundo Eliane, parte do investimento que a região atrai é por questão estratégica, como estar perto do aeroporto e universidades e que é preciso desenvolver um plano de desenvolvimento para a região.
A professora afirmou que a estratégia das empresas hoje é a sobrevivência. “As empresas buscam uma sobrevivência e a maioria dos ajustes está de se dando sobre os salários e as condições de trabalho. As pessoas que foram demitidas tinham em média dois anos no emprego e quem está sendo contratado está entrando com remuneração menor e a rotatividade está maior. É um momento muito difícil conjunturalmente”, afirmou.
De acordo com os dados do Observatório, em julho a RMC apresentou saldo de 868 novos postos de trabalho, mas este saldo não foi suficiente para reverter a perda de 2.532 posto em junho. No ano, foram criados 8.717, no entanto, 5,5% são contratos por prazo determinado ou intermitentes.
Ela explicou que a economia está girando a partir de setores que pagam menos, como o setor de serviços. “Em áreas como alojamentos, alimentação e manutenção, onde a capacidade de pagamento é menor”, definiu.
DESTAQUES
Com saldo de 744 e 725 novos postos, respectivamente, Campinas e Indaiatuba se destacaram na geração de emprego na RMC, mas Paulínia e Santa Bárbara d’Oeste apresentaram os piores resultados, com redução de 716 e 305, respectivamente.
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