sexta-feira, 19 abril 2024

PCC aguarda ordem para agir, diz promotor

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, responsável pelo pedido de transferência de Marco Camacho, o Marcola, e da cúpula do PCC para uma prisão federal, disse que atuou sozinho na apresentação da requisição à Justiça porque o estado de São Paulo se omitiu.

Ainda segundo ele, houve recuo por parte do então secretário da Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, que convenceu o ex-governador Márcio França (PSB) a não apresentar tal solicitação. Essa mudança se deu depois das eleições do ano passado, após França perder o pleito e João Doria (PSDB), vencedor, anunciar que faria mudanças na pasta da Segurança.

Sobre eventual represália por parte do PCC às forças de segurança após a transferência, como em 2006, o promotor afirma que “sempre há chances de isso acontecer”, mas que, por ora, não foi detectada nenhuma ordem do crime.

Segundo integrantes da cúpula da segurança pública de São Paulo, mesmo com uma série de mensagens distribuída nas redes sociais com suposto “salve” do PCC, nenhuma ameaça concreta foi detectada.

Os policiais afirmam, porém, que, de acordo com monitoramentos, o risco ainda não foi afastado e que vigilância continua em alta. Dizem saber que há bandidos preparados para uma ação de enfrentamento, mas que não receberam nenhuma ordem superior para isso. Essa ordem também poderá ser para que nada seja feito.

“Sempre existe esse risco. A gente não pode duvidar de nada. O estado está preparado. Como eu disse: o efeito surpresa mesmo seria quando nós planejávamos isso lá em outubro. Quando eles nem suspeitavam de que esse plano havia sido descoberto”, disse o promotor.

“Ele (Marcola) saiu extremamente bravo, xingando, vociferando, enfim, ele estava absolutamente insatisfeito com a remoção. Porque ele vai perder a visita íntima, vai perder uma refeição diferenciada, vai perder uma série de regalias que ele tinha, que ele não vai ter lá. E há o risco de perder poder”, concluiu.

 
 

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