sábado, 4 maio 2024

Há muito ainda a ser feito

Olho para o mundo e penso que não pode ser considerado liberto quem anda faminto; quem passa diante de um colégio, mas não pode frequentá-lo, porque os pais não têm dinheiro para comprar-lhe o material escolar; quando na TV, mesmo hoje, aos negros sobram papéis secundários e faltam os de projeção no enredo; quando a mulher recebe salários inferiores aos dos homens; quando a droga força a porta das casas das famílias; quando os ricos, para sair à rua, precisam blindar seus carros e, até assim, não se sentem seguros; quando os pobres vivem no aconchego do lar sob o risco de balas perdidas; quando os enfermos não possuem a assistência devida; quando o respeito à liberdade de expressão está sob ameaça constante. 

Enfim, quando qualquer pátria potencialmente forte, porém com expressiva parte da população ainda na indigência, não alcançou a autonomia espiritual verdadeira, porque tudo tem início na Alma das criaturas: tanto o acerto como o desacerto. Daí a necessidade urgente de instruir, educar e espiritualizar com o Ecumenismo dos Corações. 

Trata-se de um desafio no oceano encapelado pela indiferença de alguns à situação dos indivíduos ou de seus povos. Contudo, constitui uma das mais avançadas decisões que a humanidade é capaz de enfrentar e tornar auspiciosa realidade. O Amor Fraterno é o mais potente instrumental para a libertação do ser humano. 

A propósito, Cícero (106-43 a.C.), grande tribuno romano, grafou: “Dentre todas as sociedades, nenhuma há mais nobre e mais estável que aquela em que os homens estejam unidos pelo Amor”. 

Eis por que estimados leitores e respeitáveis leitoras que me honram com sua atenção o isolacionismo, quando caracterizado pela ilusão do orgulho espiritual, social e político, há sempre de se render, um dia, ao contagiante sentimento de Solidariedade Espiritual e Humana. O saudoso fundador da Legião da Boa Vontade, Alziro Zarur (1914-1979), ensinava: “Deus criou o ser humano de tal forma que ele só pode ser feliz praticando o Bem”. 

(…) Para os que têm “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, a humanidade, em razão das extraordinárias ferramentas que conquistou a duras penas pelos milênios, jamais presenciou tempos tão prósperos de transformação semelhantes a estes. Mas uma providência é questão vital para que não se perca, como outras vezes ocorreu, tamanho ensejo: reeducar, ecumenicamente espiritualizando, as massas populares e defendê-las das águias-rapaces, que, pela corrupção, desviam os meios necessários à melhoria do quadro penoso em que vivem. 

Conforme afirmei em meu artigo “Máquina humana e óleo do sentimento”, é preciso instruir-se, educar-se, reeducar-se, para com eficiência instruir, educar e reeducar. 

Eis que a Educação, quando acertada, liberta. E, com a Espiritualidade Ecumênica, sublima. 

 
Escrito por: José de Paiva Netto | Jornalista, radialista e escritor 

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