Um bairro cheio de teares e histórias; dona Natalina mora desde 1948 no mesmo local
Ao andar pelas ruas antigas do bairro Cordenonsi, existem inúmeras fábricas de tecelagem com suas fachadas já apagadas pelo tempo, mas bem vívidas nas memórias de quem viveu nas décadas em que a indústria têxtil americanense estava a todo vapor.
Os moradores mais antigos lembram dessa época na qual as famílias do bairro tinham máquinas de tecelagem no fundo de casa e trabalhavam até tarde da noite, com os barulhos dos teares somada a força de vontade oriunda de um povo trabalhador.
Americana ainda leva o apelido de “Princesa Tecelã”, justamente pelo seu desempenho na fabricação de tecidos que acompanhou o crescimento econômico e social da cidade. Natalina Giacomin Degasperi, de 87 anos, mora no bairro Cordenonsi há 74 anos. Em 1948 foi morar com os pais no bairro Cordenonsi, aos 13 anos de idade.
“Eram poucas casas aqui no bairro. Inclusive, a casa do meu pai era bem simples. Éramos em oito filhos. Uma família grande. Viemos morar em Americana e começamos a trabalhar na fábrica, os filhos todos. Fomos subindo na vida até que meu pai e meus irmãos montaram uma fábrica de tecelagem que era o que mais tinha aqui em Americana”, lembra Natalina.
Seu filho, Renato Degasperi, de 55 anos, conta que as residências tinham máquinas de tecelagem e os moradores ficavam até meia noite trabalhando para sustentar suas famílias.
Dona Natalina conta que conheceu o seu marido nas ruas da Vila Cordenonsi e começaram a namorar. “Tudo de bom eu posso falar que tudo de bom aconteceu comigo e com minha família aqui na cidade. Muitas casas e lojas a gente viu crescer, inclusive a minha Paróquia Nossa Senhora do Carmo”.
A Paróquia Nossa Senhora do Carmo fica rua Professor Miguel Couto e foi construída em 28 de outubro de 1965, por ato de Dom Paulo de Tarso. Foi desmembrada da Paróquia de Santo Antônio. O primeiro pároco nomeado foi padre Domingos Jorge Velho, que não chegou tomar posse por motivos de saúde.
