domingo, 5 maio 2024

GP do Azerbaijão ganha fama de ‘corrida maluca’ com apenas quatro edições

A prova tem um potencial para zebras, queda de favoritos e acidentes até entre companheiros de equipe 

Mesmo com só quatro edições realizadas até aqui, desde 2016, já ficou marcado como um evento com muitas ultrapassagens (Foto: FIA)

O Grande Prêmio no Azerbaijão ainda é o caçula do campeonato da Fórmula 1 -pelo menos por enquanto, antes da estreia do GP da Arábia Saudita no final deste ano- mas, mesmo com só quatro edições realizadas até aqui, desde 2016, já ficou marcado como um evento com muitas ultrapassagens e no qual tudo pode acontecer, com um potencial para zebras, queda de favoritos e acidentes até entre companheiros de equipe.

O incidente mais inusitado na curta história da prova em Baku aconteceu em 2017. Sebastian Vettel era líder do campeonato, e Lewis Hamilton, segundo. Na corrida, as posições estavam invertidas e, durante um período de Safety Car, Hamilton ditava um ritmo bastante lento quando, segundo Vettel, freou repentinamente na saída de uma curva.

O alemão bateu na traseira do inglês e, irritado, colocou o carro de lado e jogou sua Ferrari em cima da Mercedes, causando um segundo choque. A telemetria mostrou que Hamilton não fez nada de errado no lance. Vettel acabou sendo punido na corrida e depois ainda teve de se explicar à FIA (Federação Internacional de Automobilismo), pedindo desculpas pelo ocorrido.

Um dos efeitos colaterais do toque entre Hamilton e Vettel na ocasião foi a possibilidade de Lance Stroll, com a Williams, conseguir seu primeiro pódio, o que, no entanto, acabou dando errado nos últimos metros da prova, quando foi ultrapassado por Valtteri Bottas, que chegou apenas um décimo na sua frente.

Na mesma prova, a Williams já havia perdido a chance de vencê-la, pois Felipe Massa, que estava em terceiro quando Hamilton e Vettel se estranharam, precisou abandonar a corrida com um problema na suspensão.

Hamilton também esteve envolvido em um erro que custou caro para si próprio na definição do grid de largada para a corrida de 2016, ano em que a prova foi chamada de GP da Europa, quando ele bateu na curva 10 durante o Q3.

Naquele ano, o britânico vinha em uma disputa ferrenha com o então companheiro Nico Rosberg, que acabou fazendo a pole e vencendo aquela prova, enquanto Hamilton não passou do quinto lugar. Rosberg venceu o campeonato por cinco pontos, ou seja, três vezes o número de pontos que Hamilton perdeu em relação ao alemão naquela prova.

Outro favorito que encontrou o muro na classificação em Baku foi Charles Leclerc, em 2019. O acidente aconteceu na curva 9, a mais famosa da pista, também no Q3. Leclerc tinha liderado todos os treinos livres e era o grande favorito para a pole, que acabou ficando com Valtteri Bottas. Leclerc largou em nono e chegou apenas em quinto.

Em se tratando de acidentes, o episódio mais famoso envolvendo companheiros de equipe foi a batida espetacular de Max Verstappen e Daniel Ricciardo, quando os dois estavam na Red Bull, em 2018.

Ricciardo vinha tentando ultrapassar Verstappen quando fritou o pneu e encheu a traseira do companheiro, que também mudou de direção duas vezes perto da zona de freada. “Você deixa os pilotos livres para brigar por posição, eles fazem isso”, reclamou na época o consultor da Red Bull, Helmut Marko.

Nessa mesma prova, a três voltas do fim, Bottas viu seu pneu estourar quando ele estava na liderança. O furo veio justamente depois da batida entre Verstappen e Ricciardo. O finlandês disse que não viu que tinha passado por cima de detritos que ainda estavam na reta e, meses depois, reconheceu que chorou “como um bebê” por ter perdido a prova.

A dupla da Red Bull de 2018, no entanto, não foi a única a se tocar em Baku. Em 2017 e 2018, Sergio Perez e Esteban Ocon, na época na Force India, se encontraram nas ruas do Azerbaijão.

Foi ainda em Baku, em 2018, que Romain Grosjean perdeu o carro e bateu sozinho. Na ocasião, o piloto francês logo acionou o rádio para dizer que achava que Marcus Ericsson tinha tocado nele.

Depois disso, sempre que Grosjean sofria algum acidente ou tinha alguma rodada, esse lance era relembrado. E o mais curioso é que, após sair da F1, Ericsson foi para a Indy, que também acabou sendo o destino do francês no começo deste ano.

Além da expectativa de uma prova mais movimentada dentro da pista, também existe a possibilidade de o GP do Azerbaijão ir parar no tapetão, já que esta é a última corrida em que as equipes que estão usando asas mais flexíveis poderão continuar com essas peças sem receberem punição, o que vem sendo questionado pela Mercedes.

A sexta etapa do campeonato, que tem Max Verstappen como líder pela primeira vez na carreira, tem largada às 9h (de Brasília) do domingo (6), mesmo horário da definição do grid de largada, no sábado (5). 

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