sábado, 27 abril 2024

Natação dá mais três medalhas para o Brasil em Tóquio

Wendell Berlamino levou ouro nos 50m livre S11, enquanto Gabriel Bandeira ficou com a de prata e Maria Carolina Santiago, bronze  

Wendell Berlamino fez os 50m em 26.03 segundos – Miriam Jeske/CPB

A natação garantiu na madrugada desta sexta-feira (27) mais três medalhas para o Brasil nas Paraolimpíadas de Tóquio. Wendell Berlamino ganhou a de ouro, Gabriel Bandeira levou a sua segunda de prata e Maria Carolina Santiago conquistou a de bronze. O Brasil já havia levado duas medalhas de ouro no atletismo nesta quinta-feira à noite (26).

Belarmino foi campeão paralímpico nos 50m livre S11 masculino (para cegos) nas. O brasileiro conquistou a medalha de ouro na prova com o tempo de 26s03. O pódio ainda teve o chinês Dongdong Hua, com 26s18, e o lituano Edgaras Matakas, com 26s38.

Já Gabriel Bandeira conquistou sua segunda medalha na natação nas Paralimpíadas Depois do ouro nos 100m borboleta da classe S14 (para atletas com deficiência intelectual), o brasileiro ganhou a prata nos 200m livre da S14.

O britânico Reece Dunn levou o ouro com direito a novo recorde mundial, com 1min52s40, pouco à frente de Gabriel, que terminou a prova com 1min52s74. O russo Viacheslav Emeliantsev, com 1min5ss58, completou o pódio.

“Nadei muito bem. Eu e ele (Dunn) nadamos para baixo do recorde, foi uma prova muito forte. Na realidade, não [esperava duas medalhas em duas provas]. Estava colocando tanta energia para os 100m borboleta que as próximas provas vão caminhar junto. Estou muito feliz e com dor”, disse Bandeira ao SporTV.

Na prova desta sexta-feira, ele foi apenas o quinto a virar nos primeiros 50m. Porém, o brasileiro cresceu ao decorrer da prova, assumiu a segunda posição e pressionou Dunn nos metros finais.

O britânico chegou a abrir mais de um corpo de vantagem para os demais nadadores, mas foi perseguido por Gabriel nos últimos 50m. O brasileiro diminuiu a diferença, mas não a ponto de bater na frente do medalhista de ouro.

O brasileiro é uma cara nova na natação paralímpica e disputa, em Tóquio, apenas sua segunda competição internacional. Ele era atleta do Minas Tênis Clube na natação convencional quando, no ano passado, incentivado por seu treinador, fez testes que apontaram uma deficiência intelectual.

Com isso, o paulista de Indaiatuba passou a ser elegível para a natação paraolímpica e mudou de clube, para o Praia Clube, de Uberlândia (MG), onde agora mora e treina.

Medalha de bronze para Maria Carolina

Maria Carolina Santiago conquistou o bronze na disputa dos 100 metros costas S12 (para atletas com baixa visão) nas Paralimpíadas de Tóquio. Ela terminou a prova com o tempo de 1min09s18 para garantir a primeira medalha feminina da natação brasileira em uma prova individual em Tóquio.

O ouro ficou com a britânica Hannah Russell, que concluiu a distância em 1min08s44. A prata acabou com a russa Daria Pikalova, com 1min08s76.

“Esse resultado representa muito para mim, foi uma preparação bem dura, é uma grande emoção. Eu falava como eu estava feliz de estar aqui. Infelizmente, não temos as arquibancadas lotadas, mas é incrível. Eu queria muito essa medalha, e a gente conseguiu”, disse Carol Santiago, ao SporTV.

As três nadadoras que foram para o pódio dominaram a prova do início ao fim. A quarta colocada, a espanhola Maria Delgado Nadal, foi três segundos mais lenta do que a brasileira, não chegando a ameaçar a sua presença no pódio.

Russell liderou desde o começo. Já Carol virou em terceiro lugar nos primeiros 50m, perto de Pikalova. Mas a russa se manteve na segunda posição na metade final da prova, assegurando a medalha de prata.

A brasileira, de 36 anos, já havia competido em Tóquio nos 100m borboleta da classe S13, tendo ficado apenas na sexta colocação. E ainda está inscrita em outras três provas: 50m livre S13, 100m livre S12 e 100m peito SB12. Ela, inclusive, é vista como favorita ao pódio nas provas do estilo livre.

Afinal, no Mundial de 2019 foi ouro nos 50m livre e 100m livre. Em junho, na seletiva brasileira dos 50m livre, bateu o recorde mundial da prova. Pernambucana, ela nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz o campo de visão. E competia na natação convencional até o fim de 2018.

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