sábado, 20 abril 2024

Unicamp desenvolve teste para detecção do novo coronavírus

Pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) desenvolvem um teste para a detecção do novo coronavírus. O trabalho é feito pelo laboratório de referência no Estado de São Paulo, o Instituto Adolfo Lutz, mas o início dos procedimentos no Instituto de Biologia vão agilizar o diagnóstico local e contribuir para o controle da doença, futuramente fornecendo o método para as próprias unidades públicas de saúde.

A Unicamp se torna, assim, uma alternativa de suporte aos laboratórios de referência.
A equipe do Leve (Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes) trabalha ao lado de cientistas de outros organismos, como a FCM (Faculdade de Ciências Médicas) e LNBio (Laboratório Nacional de Biociências).

O coordenador do laboratório, José Luiz Proença Módena, afirmou que a detecção local vai garantir rapidez ao encaminhamento do paciente. “A contenção adequada dos pacientes positivos é muito importante”, disse.

Ele lembrou a experiência do controle do coronavírus na China: a redução dos casos foi possível com a rápida detecção dos casos positivos e o isolamento imediato dos sintomáticos, com acompanhamento àqueles que apresentavam agravo dos sintomas relacionados à doença. Se tenta fazer algo igual no Estado de São Paulo.

A DETECÇÃO

Os procedimentos de expansão da Covid-19 começaram na terça-feira. A partir da introdução do microorganismo em células – e de sua expansão – os pesquisadores conseguem inativar o vírus, extrair seu material genético para obtenção do material usado no controle positivo.

“Com esse controle, podemos padronizar a reação de detecção, encontrando fragmentos genômicos do vírus nas amostras coletadas de pacientes suspeitos”, explica.

“Caso se encontre os fragmentos, é possível afirmar que o paciente testou positivo”.
O trabalho é feito em laboratório dotado de sistema de exaustão, controle de pressão e esterilização, que não permitem a saída do vírus para o ar e que minimizam o risco de contaminação para os profissionais que manipulam o vírus.

De acordo com Matheus Cavalheiro Martini, pós-doc em virologia e integrante do grupo de especialistas que trabalham no projeto, o desenvolvimento de um protocolo local para a detecção do vírus vai permitir que o kit abasteça, por exemplo, as unidades de saúde do poder público.
A identificação dos pacientes será muito rápida e eficaz. “O nosso trabalho é, na prática, o desenvolvimento de um método, de uma receita básica de como detectar o vírus”, explicou.

Todo o trabalho foi financiado por organismos de amparo à pesquisa (Fapesp, CNPQ). “Usamos nossos recursos disponíveis e mudamos a pauta de nossas pesquisas, por conta da seriedade do momento”, afirmou Martini.

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