sexta-feira, 3 maio 2024

Morre Rowena, a ursa ‘mais triste do mundo’

Morreu a ursa mais triste do mundo, Marsha, 36, rebatizada Rowena há dez meses, quando chegou ao Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos, em Joanópolis, interior de São Paulo. 

Rowena morreu em decorrência de um tumor grave no ovário, que ocasionou problemas em seu cerebelo. Esse reflexo foi o responsável por uma convulsão na manhã da última quarta (24), e ela não resistiu. Morreu em seu recinto. 

Há cerca de uma semana, Rowena começou a deixar sobras de comida e a escolher mais o que comia. Na terça (23), ficou quietinha e demonstrou estar com dor no abdômen. Para isso, a veterinária Carla Spechoto Mariano receitou medicamentos analgésicos, mas a convulsão aconteceu horas depois. 

Seu corpo foi levado para a Faculdade de Veterinária da Universidade de São Paulo, onde foi feita a necropsia e descoberto o tumor. “O que me conforta é que ela foi em paz. Fizemos uma boa medicação na terça, ela tomou o suquinho que ela gostava e conseguiu dormir bem”, disse Spechoto, que acompanhou o procedimento ao lado da veterinária Kelly Spitaleti. 

A história da ursa mais triste do mundo, que inspirou um livro da artista Rita Lee, foi contada pela Folha em abril deste ano. 

INSPIRAÇÃO 

Após ser trazida para o Brasil, provavelmente da Rússia, há quase 40 anos, Marsha trabalhou em circos por aproximadamente duas décadas. Depois, foi exibida no zoológico de Teresina por sete anos. Nesse período, sofreu com as temperaturas locais e chegou a pesar cem quilos, metade do seu peso normal. 

No ano passado, uma mobilização pela internet contou com a assinatura de 238 mil pessoas, pedindo sua mudança do Piauí para a serra da Mantiqueira, em São Paulo. Foi quando recebeu o apelido de ursa mais triste do mundo. 

Em setembro do ano passado, ela foi resgatada de avião pela Força Aérea Brasileira, numa operação capitaneada por Carolina Mourão, presidente da Confederação Brasileira de Proteção Animal. 

Em Joanópolis, Marsha ganhou o novo nome, que significa recomeço, e passou a viver em um recinto com tanque e queda d’água, construído especialmente para ela pelo Instituto Luisa Mell. Recuperou o peso e comia cerca de dez quilos de frutas, vegetais e carne por dia no santuário. Seu vegetal preferido era a beterraba. 

Seus últimos guardiões -e pais-, Silvia e Marcos Pompeu, responsáveis pelo Rancho dos Gnomos, expressaram gratidão a todos os que apoiaram esse trabalho. 

Rowena, a ex-ursa mais triste do mundo, foi enterrada na manhã de quinta (25), ali mesmo, no santuário onde viveu os dez meses mais felizes de sua vida. 

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