quinta-feira, 21 novembro 2024

Pernilongos, pesadelo no calor

Chega o calor e, com ele, os pernilongos. Das coceira e manchas que ficam da pele depois da picada ao zumbido ao pé do ouvido durante a noite, ou até mesmo doenças graves como a dengue ou chikungunya, ter que conviver com esses insetos não é uma tarefa fácil. 

O problema é comum nas cidades devido à poluição dos rios e canais. Na capital, são duas as espécies mais comuns de mosquitos: o Culex quinquefasciatus, que provoca o incômodo de manchas e coceira, e o Aedes aegypti, causador da dengue, mas que tem características diferentes, como o hábito diurno e início do ciclo de vida em água limpa. 

Até que fique adulto e saia picando as pessoas, um pernilongo tem um ciclo de vida de 10 a 15 dias como larva nas águas poluídas. No calor, contudo, esse tempo é encurtado – e as mudanças climáticas podem favorecer ainda mais a proliferação deles. Como ele precisa de água com alto teor de matéria orgânica para se desenvolver, a poluição é essencial. 

No caso do Culex, a fêmea, que costuma picar as pessoas em busca de sangue para desenvolver as larvas, não transmite doenças. Já em algumas cidades das regiões Norte e Nordeste, pode transmitir a filariose, que afeta os vasos linfáticos. 

As áreas mais próximas a corpos d’água poluídos são as mais afetadas pelos pernilongos, afirma Sérgio Bocalini, biólogo especialista em entomologia urbana e vice-presidente executivo da Aprag (Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas). 

Mas quem mora em regiões a até 4 km dessas águas também é afetado. “Especialmente no calor, com a evaporação da água, há muitas correntes de ar ascendentes. Como o pernilongo é leve, isso faz com ele ganhe altura e seja empurrado para grandes distâncias.” 

Há muitos métodos para tentar minimizar o problema, dos mais naturais, como plantar ervas, até os mais agressivos, como o uso de inseticidas. Mas nem todos, afirma Bocalini, são realmente eficientes. 

“É importante ter cuidado porque, na tentativa de resolver, muitas pessoas buscam métodos principalmente na internet, e acabam fazendo coisas que podem não funcionar e até trazer problema.” 

Em casa, os métodos mais eficientes são os que impedem a entrada dos mosquitos, como a instalação de telas em janelas e portas. Para quem não tem, a dica é fechar os acessos no fim da tarde, o horário de pico da atividade desses mosquitos. 

Como se proteger dos mosquitos (Arte Agora | Folhapress)

 
Por Mariana Freire 

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