sábado, 23 novembro 2024

M. M.D.C.

Por Ailton Gonçalves

Hoje faz 90 anos que estas iniciais se tornaram símbolos do movimento constitucionalista de 1932. M.M.D.C. são as iniciais dos nomes de quatro jovens participantes de uma manifestação no dia 23 de maio de 1932. A manifestação era um ato político a favor de eleições. A polícia reprimiu o grupo e acabaram morrendo Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.

9 de julho é considerado data importantíssima na história do Estado de São Paulo. O pano de fundo desta história começa com a Revolução de 1930, com a deposição de Washington Luiz e o impedimento de seu vice, Júlio Prestes, a assumir. Getúlio Vargas assume o poder. Os paulistas, perdendo sua hegemonia política, acabaram apoiando Getúlio Vargas, na expectativa de que ele convocasse eleições para uma assembleia constituinte e, também, para presidente. Isto não aconteceu. A partir daí, forte oposição a Getúlio Vargas é deflagrada. 23 de maio foi o prelúdio do movimento que efetivamente se iniciou em 9 de julho.

Foram 87 dias de combates, entre 9 de julho a 4 de outubro. As forças paulistas, exauridas, se rendem em 2 de outubro. Mas houve combate até 4 de outubro. No campo de batalha o movimento saiu derrotado. No campo político o movimento de 1932 saiu vitorioso e atingiu seus objetivos. Um deles foi exatamente a promulgação, em 1934, da nova constituição da República. Os partidos políticos voltaram a se organizar e o Congresso Nacional foi reaberto. Infelizmente, a constituição teve vida curta. Não durou uma década. Mas, os anseios dos paulistas foram atendidos.

Hoje, passados 90 anos, lembramos a vida preciosa dos quatro jovens que perderam a vida em prol de uma causa. Que M.M.D.C. inspire nosso país num ano tão importante. Ano em que nossa democracia é covardemente ameaçada e a nossa Constituição, a cidadã, sendo volta e meia desrespeitada. Aprendamos com a história. O movimento constitucionalista de 1932 foi o primeiro contra um presidente, Getúlio Vargas, com fortes inclinações de um ditador. Mas, que o movimento de 1932 também seja o último e único conflito armado no Brasil.

Nossa arma é o voto. Saibamos usá-lo em 2 de outubro quando completaremos 90 anos do fim do movimento de 1932. Que 9 de julho nos inspire neste ano. Em 1932 a convocação era: “Paulistas, às armas!”. Em 2022 a convocação é: “Brasileiros, às urnas!”. É isto!

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