sexta-feira, 26 julho 2024

O perdão tem limite?

Por Marcos Barbosa 

Desde cedo nos é ensinado a necessidade em praticar o perdão e o buscamos fazer ao longo da vida. Mas existem situações as quais nos deparamos e que se torna quase impossível perdoar. Se imagine em uma recorrente, onde você se esforça, dá o melhor de si, as pessoas erram com você frequentemente, continuam a errar, e você perdoando. Chega uma hora que se torna insustentável e sentimos que não dá pra seguir adiante, não é mesmo? E esta situação pode ser das mais diversas, relacionamento amoroso, trabalho, questões familiares e afins. 

Diante disso, precisamos nos questionar se há limite ao perdão. Há circunstâncias em que é melhor pôr um fim a dor ou empregar uma resposta mais energética para seguir adiante. Não se trata de guardar mágoa ou ser rancoroso, mas sim, não deixar ser espezinhado pelo o outro sem esboçar reação. Ser passivo demais, às vezes, dá margem para que o outro cometa sempre os mesmos erros e se sinta nesse direito. Afinal, você é uma boa pessoa e irá entender. 

Difícil mesmo é encontrar equilíbrio quando esta é a questão. De tanto que o perdão foi pregado, enquanto mandamento religioso, colocamos um peso enorme sobre a palavra e tememos não o praticar. Mas o que tem de tão errado em não aceitar as desculpas do outro indivíduo? Nos tornaremos melhores ou piores por isso? Não acredito que  isso defina o que é ser bom ou ruim. É preciso medir a situação e realizar a melhor escolha, sem culpa. 

Pessoas erram o tempo todo. Na maioria das vezes buscando o melhor para si e esquecendo que ao redor existem outras que podem ser afetadas. Se todos nós buscássemos enxergar o outro, não conviveríamos com tais questionamentos. 

Aliás, precisamos parar de empregar tanto significado sob palavras. Carregamos eles de gerações à gerações, sem que nos perguntemos se realmente existe essa necessidade. Sobre a questão religiosa, me desculpem os mais chegados, mas não dá pra se comparar a Jesus ou se equiparar à figura dele e atos praticados. 

Tentar isso, é viver uma vida inteira se amargurando pelos erros cometidos e mandamentos quebrados. Talvez o perdão venha despretensiosamente, com o tempo e sem que nos pressionemos para isto.

Já percebeu que quando deixamos o tempo agir, tudo muda e muito do que antes fazia sentido, agora já não faz? Pois bem, talvez o perdão more aí. Na liberdade em deixar as coisas irem e a vida fluir, sem intervenções e comparações com o religioso. Afinal, eu sou o Marcos, você a Mariana, o Fernando, a Heloíse, a Maria Angela, o Rafael, o Antonio. Não importa o seu nome, você é você, e o que carrega consigo. Tente levar a vida mais leve e não se cobre tanto sobre o perdão. Mas do que praticá-lo, você precisa senti-lo. E se isso não acontecer, tudo bem também. Já existem cobranças demais mundo afora para que nos cobremos em excesso. 

Se existe limite para o perdão? Sinceramente, eu não sei. O que sei é que devemos viver e deixar que os sentimentos fluam e sejam expostos quando preciso.

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