sexta-feira, 26 abril 2024

Juíza quer celeridade em obras

Após a decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho) confirmar em última instância a sentença que assegura a posse do Brinco de Ouro ao empresário Roberto Graziano, a juíza Ana Cláudia Torres Viana afirmou ontem que todos os movimentos serão na direção de proporcionar a aceleração das obras de construção de um novo estádio ao Guarani, além de um Centro de Treinamento e clube social. Todas as exigências estão previstas em sentença judicial emitida em julho de 2015.

“Por enquanto não havia decisão final. Agora é o momento para se tratar desta agenda”, disse a juíza em entrevista à Rádio Bandeirantes de Campinas. Para ela, não há justificativa para “enrolação” por parte do futuro detentor do Brinco, que já tem em mãos a carta de arrematação. “A pressa é dele porque ele precisa acelerar a agenda (construção) para ter a posse do imóvel”, afirmou.

Para a juíza, como se trata de um processo atípico, existirá a formulação de uma comissão com integrantes do Judiciário e do clube campineiro para acompanhar a execução e andamento das obras. “Este processo é atípico porque é de Campinas e com muitos interessados. Queremos uma comissão que envolva as pessoas”, afirmou Ana Cláudia.

A juíza deixou claro: não há hipótese de Roberto Graziano desistir do negócio e muito menos da construção da Arena. “Tudo isso foi conversado em todas as instâncias. A decisão do TST só muda porque não pode ser revertida em qualquer outro recurso. O título do Roberto (carta de arrematação) não significa nada sem a autorização judicial. Precisamos definir e ter algo bem transparente porque este é um processo histórico”, completou.

Quanto ás ações trabalhistas, Ana Cláudia afirma que 400 ações já foram quitadas em uma primeira etapa e que correspondiam às dividas antigas do clube. Uma nova etapa foi estabelecida para quitar débitos trabalhistas contraídos desde 2015 e que totalizavam 100 processos. A expectativa é que os 40 débitos restantes sejam quitados até o final do ano.

O montante gasto por Roberto Graziano não foi estimado pela Juíza, que promoverá um levantamento. Para quitar o valor restante referente às 40 ações trabalhistas, ela espera desbloquear uma ação que estava travada na Justiça de São Paulo e que totalizaria R$ 3 milhões.

‘ME DESAFIOU MUITO COMO MAGISTRADA’
“Valeu a pena”, diz jAna Cláudia

A juíza Ana Cláudia Torres Viana considerou que este foi o maior desafio profissional de sua trajetória e que repensaria aceitá-lo caso soubesse o que viria pela frente.

“Talvez se eu não tivesse assumido no início. Mas me desafiou muito como magistrada. Não me arrependo do que fiz e só me restou administrar da melhor forma. Se você lembrar como estava o Guarani, sem essa decisão ele não existiria. Valeu a pena atender ao interesse do público e dos trabalhadores”, disse a juíza.

A operação começou no final de março de 2015, quando a juíza realizou um leilão em que Maxxion, sediada em Porto Alegre, arrematou todo o complexo do Brinco de Ouro por R$ 105 milhões e que seria utilizado para o pagamento de dívidas trabalhistas.

Posteriormente, o clube, então dirigido por Horley Senna tentou duas frentes. A primeira foi a de convencer a juíza sobre o cancelamento do leilão e uma negociação com Roberto Graziano para construir uma Arena, um novo Centro de Treinamento e uma sede social, além de repassar o Brinco para suas mãos.

Com o fracasso das negociações com a Maxxion, presidida por Cláudio Zaffari, a diretoria bugrina conseguiu a anulação do leilão, que beneficiava a Maxxion, em julho de 2015, o que provocou a decisão da Maxxion de entrar com diversos recursos nas instâncias superiores e cujo capitulo final foi no dia 26 de junho, quando o Tribunal Superior do Trabalho confirmou a anulação do leilão e a posse para a Magnum, desde que ocorra o cumprimento da sentença.

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