A polícia israelense e palestinos entraram em confronto nesta sexta-feira (7) na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, após um protesto contra despejos de palestinos em áreas em disputa com os judeus.
Esta sexta (7) é a última do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. Assim, dezenas de milhares de palestinos foram orar na mesquita de Al-Aqsa, o terceiro templo islâmico mais sagrado do mundo, que fica em Jerusalém.
Como Israel retirou boa parte das medidas de distanciamento social, já que a vacinação avançou bastante no país, os fiéis puderam se aglomerar e orar na mesquita e em seus arredores. “Nosso povo permanecerá firme e paciente em suas casas, em nossa terra abençoada”, disse o xeique Tayseer Abu Sunainah, durante o sermão proferido na mesquita.
Muitos dos participantes permaneceram no local após a oração, para um protesto contra a expulsão de palestinos que vivem em terras disputadas com colonos judeus. Os manifestantes levaram bandeiras e cantaram versos como “com nosso sangue e alma, vamos te redimir, Aqsa”.
Em seguida, houve confrontos. “Centenas de pessoas lançaram pedras, garrafas e outros objetos contra os agentes, que responderam”, segundo Wassem Badr, porta-voz da polícia de Israel.
O número de feridos não foi confirmado. Segundo a ONG Crescente Vermelho, ao menos um palestino foi ferido no olho por uma bala de borracha. Outro foi atingido por um projétil similar, na cabeça.
Na segunda (10), a Suprema Corte de Israel analisará um processo sobre despejos em Sheik Jarrah, um bairro de Jerusalém. A maioria dos moradores dali são palestinos, mas o local abriga um espaço sagrado para os judeus: a tumba de Simeão, o Justo, que foi sumo sacerdote de Israel por volta do ano 300 a.C.
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos disse que os despejos violariam os compromissos internacionais de Israel em relação aos palestinos, e pediu o fim das expulsões de moradores.
A União Europeia e os governos do Kuwait e da Jordânia disseram estar preocupados com a questão dos despejos. O governo dos EUA afirmou estar profundamente preocupado com as tensões em Jerusalém.
O governo de Israel disse que os palestinos estão “tratando uma disputa imobiliária entre partes privadas como uma causa nacionalista, para incitar a violência”.