FOLHAPRESS
CHICAGO
Um juiz federal de Chicago determinou nesta quinta que um menino brasileiro de 9 anos seja liberado do abrigo para menores para onde foi levado há quatro semanas, após ser separado da mãe. Eles foram apanhados ao tentar cruzar a fronteira do México com os EUA.
Lidia Karine Souza, 29, foi solta de uma cadeia federal no Texas no dia 9 deste mês e pediu asilo nos Estados Unidos. O magistrado Manish Shah decidiu que ela pode reaver a guarda do filho, Diogo.
Desde sua liberação, Souza vive com parentes nas redondezas de Boston. Na terça (26), ela recebera permissão para visitar o filho pela primeira vez desde o afastamento.
Segundo Jesse Bless, advogado que representa a brasileira, mãe e filho se apresentaram em 29 de maio no controle de fronteira com o México, foco do plano anti-imigração ilegal de Donald Trump.
Em abril, o presidente americano determinou que todos os estrangeiros flagrados tentando entrar nos EUA sem documentos sejam julgados criminalmente. Como a lei impede que menores sejam mantidas em presídios federais, os filhos desses imigrantes são levados a abrigos.
O advogado afirma que Souza entrou legalmente nos EUA, com autorização do Departamento de Segurança Doméstica. Depois, passou por uma verificação para determinar se o pedido de asilo era válido.
No dia 30, segundo o jornal New York Times, um agente disse que, como ela não se dirigira a um portão de entrada oficial, seu ingresso fora ilegal.
Em 9 de junho, Souza foi liberada, sob compromisso de comparecer judicialmente para futuros procedimentos.
No dia 20, sob fortes críticas domésticas e internacionais, Trump assinou uma ordem para manter as famílias unidas. Desde então, cerca de 500 das mais de 2.300 crianças apreendidas foram entregues às famílias, mas o governo ainda não tem plano para concluir as reunificações.
Na noite de quarta, quase uma semana após o recuo de Trump, um juiz da Califórnia proibiu o governo federal de separar pais e filhos que cheguem juntos à fronteira e estabeleceu prazo de 14 dias (para menores de 5 anos) e um mês (no caso daqueles de 6 a 17) para os que já foram separados se reencontrem.
A decisão, segundo o New York Times, levou prefeituras de cidades onde os abrigos para menores foram instalados – muitas delas longe da fronteira sul, como no caso de Chicago -, a encerrar os contratos federais para manutenção das instalações.
O jornal, que informa que os contratos para a manutenção dos abrigos somam centenas de milhões de dólares, relata casos de desistência com prefeituras no Texas, na Virgínia, na Califórnia e no Oregon.