A dois dias da aplicação das provas de matemática e ciências da natureza para os estudantes que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o presidente eleito Jair Bolsonaro disse que, ao assumir o governo, não permitirá a inclusão de determinadas questões no exame nacional. As declarações foram feitas ontem em transmissão ao vivo nas redes sociais.
Ele voltou a criticar questões abordadas na primeira etapa dos testes. Segundo Bolsonaro, o Enem deve tratar sobre “o que interessa”, citando geografia e história. De acordo com ele, o Brasil é um “país conservador” e seu objetivo, como presidente, é pacificar.
Na sua opinião, questões polêmicas geram brigas e divergências desnecessárias. “Nós não queremos isso.” Bolsonaro se referia à questão do caderno de linguagens que, no enunciado, mencionava o “pajubá, dialeto secreto de gays e travestis” como exemplo de patrimônio linguístico.
O presidente eleito condenou as discussões sobre ideologia de gênero nas escolas. “Que importância tem ideologia de gênero?”, reagiu. “Quem ensina sexo é papai e mamãe”, acrescentou o presidente eleito.
Para Bolsonaro, parte das universidades não se preocupa com educação. Ele citou uma visita feita à Universidade de Brasília (UnB), quando se disse surpreso com o que viu. ”Era maconha. Preservativo no chão e cachaça na geladeira.”
O presidente eleito também criticou as pichações que, segundo ele, são frequentes em universidades. Para Bolsonaro, a escolha do futuro ministro da Educação é um desafio.
PROTESTO
Bolsonaro deixou ontem à tarde sua casa em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio, para visitar uma agência do Banco do Brasil na região. Na volta, a comitiva teve que passar pelo primeiro protesto na porta de seu condomínio desde que transformou o local em seu QG de campanha e agora de transição.
Funcionários de um órgão ligado ao Ministério da Saúde protestaram contra a proposta da mudança da sede do Rio para São Paulo.
O grupo deixou um manifesto na portaria e tentou explicar aos seguranças do condomínio que não eram oposição.