domingo, 28 abril 2024

França fará sua terceira final de Copa em 20 anos

FOLHAPRESS | RÚSSIA
Em julho de 1998, o lateral e zagueiro Lilian Thuram, nascido em Guadalupe, fez o que não se esperava dele: anotou dois gols e colocou a França na final da Copa do Mundo.

Vinte anos depois, em julho de 2018, o defensor Samuel Umtiti, filho de Iaundé, capital de Camarões, foi ao ataque e, com uma cabeçada, voltou a colocar a seleção francesa na decisão do Mundial.

Foi o lance que definiu a vitória por 1 a 0 sobre a Bélgica ontem, em São Petersburgo.

A França espera agora o vencedor do confronto entre Inglaterra e Croácia, que fazem a outra semifinal. A partida será hoje, em Moscou, cidade que também receberá o último jogo do torneio, no domingo.

O JOGO
Foi partida com velocidade, disputada e nervosa. Mas apenas dentro de campo. Com pequeno número de torcedores nas cadeiras da arena de São Petersburgo, belgas e franceses pouco foram ouvidos. Em determinado momento do segundo tempo, a única torcida ouvida foi a brasileira, que tinha ingressos para a partida na esperança de que a seleção de Tite estivesse presente. A Bélgica não deixou que isso acontecesse.

Como a Copa do Mundo é de futebol, não de torcidas, os belgas tinham melhor toque e tentava sair mais para o jogo. Com liberdade de movimentação, Eden Hazard criava problemas todas as vezes que pegava na bola. Duas vezes poderia ter aberto o placar, mas errou o alvo na finalização.

Não havia cobertura para Pavard. Mas o lateral francês, quando foi à frente, quase fez o gol aos 39. Saiu de frente para Courtois, que fez grande defesa.

Nenhum dos dois técnicos tentou surpreender o outro. Roberto Martínez não repetiu a fórmula que apanhou Tite desprevinido nas quartas de final. Lukaku, embora tenha saído da do centro do ataque em alguns momentos, não foi um ponta, como aconteceu contra o Brasil. De Bruyne foi mais armador que falso 9. A França fazia de tudo para obter um lançamento para Mbappé em velocidade.

Deu certo uma vez antes do intervalo. O atacante cruzou para Giroud, que ainda não fez gols na Copa do Mundo. Ficou explicado o motivo. O centroavante finalizou fraco, mal e sem direção.

A França precisou de apenas uma jogada no segundo tempo para colocar a Bélgica em estado de desespero. Aos cinco minutos, Umtiti se antecipou à zaga adversária na cobrança de escanteio e fez o 1 a 0.

Foi a senha para a equipe de Didier Deschamps recuar, deixar apenas Griezmann ou Mbappé no ataque e esperar para sair em velocidade. Aconteceu três vezes, mas em todas Mbappé tentou o passe em vez do lance individual e não aconteceu nada.

A Bélgica precisava cada vez mais de Hazard e ele buscava a bola e se deslocava. A solução belga era tentar os chutes de fora da área (Wietsel e De Bruyne arriscaram três vezes) e cruzar bolas na área para aproveitar as alturas de Fellaini e Lukaku.

Era questão de tempo. Não havia resposta que a equipe de Roberto Martinez pudesse fazer para conseguir o empate.

A França deixou o jogo correr e até sua torcida encarou a vitória com ar blasé. Pouco importava. Tal qual Thuram há 20 anos, Umtiti foi outro defesor a colocar sua seleção na final da Copa do Mundo. Tolisso ainda desperdiçou uma oportunidade para anotar o segundo, nos acréscimos.

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